quinta-feira, 30 de agosto de 2012

SERIGRAFIA X IMPRESSÃO DIGITAL


O mercado de serigrafia, assim como diversos outros setores da economia, vive uma transformação intensa por conta dos avanços tecnológicos. A redução no custo das tecnologias de impressão digital e a busca pela personalização e customização colocaram o empresário que utiliza a serigrafia em xeque. Se por um lado as novas impressoras resolvem facilmente as demandas por baixas tiragens, em algumas aplicações a serigrafia se mantém imbatível.

Diante desse cenário, como decidir por qual caminho seguir? Vale a pena investir em tecnologia digital, apenas porque os preços estão menores? A resposta não é tão simples. Em linhas gerais, tudo depende da cartela de clientes de cada empresa. Se seus clientes buscam soluções em serigrafia, o melhor é continuar investindo na técnica.

Estive visitando a ultima Feira de Serigrafia e Sign 2012 em São Paulo, e pode constatar que a cada ano que passa, os expositores de insumos e equipamentos de serigrafia vem encolhendo em relação ao segmento digital. 
Neste evento 85% era do segmento digital e 15% de serigrafia. Mas a serigrafia está se remodelando a essa realidade digital.  Os negócios ligados à serigrafia no mercado promocional sofreram uma queda, por conta dos cortes de custos, efetuados pelas empresas a nível global. Hoje em dia você quase não ganha mais  brindes promocionais, como canetas, chaveiros, calendários, folhinhas, etc. Por outro lado, as serigrafia industrial continua forte, ativa, muito competitiva.



Em quais indústrias a serigrafia continua forte? Decoração de embalagens, frascarias, diversas aplicações em eletrônica, calçados, bolas, artigos esportivos, brinquedos, vestuário e têxtil. São áreas onde ainda se investe pesado em pesquisa de novas tecnologias e matérias-primas.


A pequena estamparia, as empresas de material promocional e os pequenos serígrafos estão usando os recursos digitais? Exatamente. Essa é uma realidade com que nós convivemos. O serígrafo que comprava tinta vinílica, comprou uma impressora digital, parou de fazer serigrafia. Por isso, o mercado de serigrafia encolheu naturalmente. Agora, lógico que existem ainda algumas aplicações onde a serigrafia não tem substituto. Seja por conta da resistência, produtividade, aderência em materiais diferentes, custos de produção, esse mercado industrial continua se especializando, buscando novas soluções.



Como falei anteriormente, o mercado promocional, principalmente, migrou para o digital. Quem não migrou se deu mal. Aquela facilidade que existia antigamente, de comprar uma máquina de serigrafia pequena, para se sustentar, hoje em dia já não existe mais.

Lembro-me muito bem que a uns 20 anos atrás era perfeitamente possível ganhar um bom dinheiro com serigrafia, trabalhando em casa, sem muitos recursos. Eu mesmo sou uma testemunha desta realidade. Cheguei a ganhar em dinheiro atual R$ 5.000,00 por semana produzindo em uma pequena oficina em casa, adesivos, placas de sinalização, etiquetas, brindes diversos,etc. Nessa ocasião, mesmo trabalhando em casa, tinha uma equipe de 5 funcionários. Foi uma época de ouro, mas com a introdução das tecnologias digitais como: micro computadores, impressoras coloridas, scanner, plotter de recorte, etc. Minha clientela foi sumindo aos poucos, a medida que essas tecnologias se evoluirão .

Por que isso aconteceu? Acredito que a tecnologia digital barateou muito, tornou os equipamentos mais acessíveis, ficou mais rápido e com qualidade. Isso abriu as possibilidades de mercado para aplicações  maiores. É uma evolução natural, sem volta. A serigrafia  para pequenas tiragens é muito cara, pois envolve um processo complexo entre fotolito, tela, gravação, set-up de máquina. É um processo caro que em pequenas tiragens acaba elevando muito o custo unitário. Aí o digital entra com tudo. Mas em processos de maior volume, a serigrafia é competitiva. Por exemplo, a serigrafia é muito forte na área têxtil. As grandes tiragens de estampas localizadas em camisas, nas grandes empresas, são feitas em serigrafia. Não tem como competir em termos de custo. Todas as estamparias de camisetas e grandes fábricas de tecidos estão investindo em tecnologia digital para fazer pequenos lotes com mais personalização, mas o que é de grande volume ainda tem que ser feito em serigrafia.


Clique para ver a galeria de SPRINT

As impressoras digitais de grandes formatos para tecido e as impressoras digitais para impressão localizadas em camisa são uma realidade para atender pequenas tiragens, com a possibilidade de personalização individual. Porém, quando necessitamos  agregar valor a essas peças com impressões de efeito diferenciados, a serigrafia se torna insubstituível. Pois através dela podemos estampar com tinta de relevo, texturas, refletivas e muitas outras opções existentes no mercado.

Quando falamos de serigrafia e mercado digital, é importante salientar que o segredo da longevidade dessas empresas não está baseado nos equipamentos ou na técnica de impressão. Está principalmente ligado ao atendimento. A capacidade desse empreendedor de atender seu cliente e oferecer soluções para ele é o que faz uma empresa ter sucesso ou não.

Olhando a serigrafia, essa necessidade de investir ou não em digital está diretamente ligada a isso. A empresa tem uma gama de clientes e tem que conhecer bem esses clientes, saber se eles têm necessidades de serviços com impressão digital ou com serigrafia. Se eles tiverem, o empresário vai encontrar a resposta se deve investir em digital ou não. Na serigrafia, é preciso ter qualidade no atendimento, qualidade no produto, pois não há mais espaço para serigrafia mal feita. A tolerância para isso é zero.

A todo um conjunto que deve funcionar em sincronismo para o sucesso do seu negócio. Em minhas palestras costumo falar que não adianta ter os melhores equipamentos e insumos se você não tiver uma gestão eficiente na sua empresa. Sua capacidade de produção esta diretamente ligado a sua capacidade de vender seus produtos. Você deve criar metas de atuação, planejar seus investimentos em função da demanda de sua clientela. Trabalhar a fidelização e o pronto atendimento dos seus clientes. Investir na qualificação de sua mão-de-obra e bem estar da sua força de trabalho, proporcionando um ambiente de comprometimento com a sustentabilidade de sua empresa. Seus empregados mas do que nunca devem ter esta visão de parceria e solidariedade no desenvolvimento do seu negócio.

As empresas tradicionalmente fornecedoras de insumos para serigrafia(tintas, emulsão, tecido, etc), como a Gênesis Tintas, em função da expansão do segmento de impressão digital, tiveram que se adequar a essa nova realidade, e passaram também a fabricar insumos e equipamentos para o mercado digital. Hoje ela fabrica tintas para impressoras digitais a base de solvente, sublimação, etc. Distribui equipamentos da Xerox para impressão de grandes formatos e software gráficos.

Na realidade essas duas tecnologias irão trabalhar em conjunto hoje e no futuro.

sábado, 11 de agosto de 2012

COMO FABRICAR SUA PRÓPRIA EMULSÃO FOTOGRÁFICA


Iniciamos com esta postagem a série “desvendando os segredos da serigrafia”. Nesta série Dr. Silk irá derrubar certos tabus que envolvem a serigrafia, ele prometeu aos seus seguidores que vai revelar os segredos “ocultos” que envolvem esta arte de impressão chamada serigrafia.

COMO FABRICAR SUA PRÓPRIA EMULSÃO FOTOGRÁFICA HIDROFOTO

Antes de ensinar você a fabricar sua emulsão permita-me tecer alguns comentários e informações relevantes sobre as emulsões fotográficas utilizadas para gravar telas serigráficas.


Existem 3 tipos de emulsões fotográficas no mercado: 

1ª) Hidrofoto – emulsão para gravação de telas que utilizam tinta a base de água, plastisol e tintas a base de solventes sintéticas;
2ª) Plastifoto – emulsão para gravação de telas que utilizam tinta a base de solvente e plastisol; 
3ª) Co-solvente – emulsões modernas para gravação de telas que utilizam qualquer tipo de tinta.

Nesta postagem estaremos ensinando você a fabricar sua própria emulsão fotográfica hidrofoto. Esta emulsão basicamente é composta por adesivo de PVA (cola branca) em dispersão aquosa, pigmentada com cor para dar contraste na área de grafismo (imagem).

O poliacetato de vinila é um polímero sintético mais conhecido pela sigla PVA, que vem do inglês  polyvinyl acetate. Sua maior propriedade é a alta adesividade, por isso o PVA é muito aplicado na fabricação de tintas de parede do tipo látex, em colas comuns, adesivos para papel e em gomas de mascar.



Esse polímero foi descoberto em 1912 pelo Dr. Fritz Klatte, na Alemanha.
 
Ele é um polímero de adição obtido pela reação de polimerização do acetato de vinila ou acetato de etila.

Agora que você conhece o adesivo PVA, vamos descrever a receita para você preparar sua emulsão fotográfica. Lembrando a você que financeiramente só é válido se você comprar o adesivo PVA em quantidades acima de 5 litros. 

Quantidades pequenas como 1 litro não compensa financeiramente, melhor comprar a emulsão fotográfica pronta de algum fabricante de produtos serigráficos.

Observação: não esqueça, toda emulsão fotográfica necessita de um sensibilizante para se tornar sensível a luz branca e desta forma endurecer durante o processo de gravação. A proporção é de 9 partes de emulsão para 1 parte de sensibilizante. O sensibilizante mais fácil de trabalhar e de comprar no Brasil é o bicromato de amônia, vendido em lojas de materiais de silk screen. Mas cuidado, este sensibilizante não é biodegradável e não deve ser manipulado sem proteção individual (luvas, máscara, óculos). Depois de adicionado a emulsão deve ser usado no máximo em 4 dias. Depois de aplicado na tela e seca, deve ser gravada em até 4 horas.

Ingredientes:

·        Cola de PVA de qualidade, no Brasil indico a cola Cascorez Extra da Cascola, vendida em quantidades de 500g, 1Kg, 5Kg, 10Kg, 20Kg e 50Kg;
·        Pigmento líquido concentrado a base de água, no Brasil indico corantes da Suvinil. No entanto, você pode utilizar qualquer outro pigmento líquido à base de água.



MODO DE PREPARAR: adicione pequena quantidade de pigmento no adesivo de PVA para conferir cor ao composto. Lembrando que esses pigmentos são altamente concentrados e conferem cor com pequena adição. Misture bem até obter uma solução homogenia e concentrada. Para o preparo de grandes quantidades utilize uma batedeira industrial para realizar a mistura. Essas emulsões podem durar 36 meses.

Quanto as cores que podemos utilizar para pigmentar a emulsão, relaciono abaixo algumas que os fabricantes utilizam no Brasil. Infelizmente ainda não existe uma norma que regule o seu uso, ocasionando algumas confusões entre os serigrafos na hora de identificar pela cor as telas prontas (confeccionadas).

IDENTIFICAÇÃO DAS EMULSÕES POR COR (PADRÃO BRASIL): 

·        Emulsões hidrofotos: verde, amarela, laranja e rosa;
·        Emulsões plastifotos: azul, violeta e roxa;
·        Emulsões co-solventes: cinza e roxa.


Boa sorte e felicidades.
Dr. Silk