sexta-feira, 1 de novembro de 2019

Como a indexação de cores pode contribuir com a serigrafia?

De que maneira entender o tema indexação de cores contribui para obter bons resultados em estampa feita por meio da serigrafia?

Este tema está sendo abordado com maior freqüência na atualidade, pois sabemos que o processo de impressão serigráfica também tem passado por uma grande evolução tecnológica, advinda da evolução dos recursos digitais.
Até pouco tempo se ouvia falar muito que o fim da serigrafia estava muito próximo. Mas eu sempre tive uma visão que a serigrafia passaria por um processo de automação industrial e utilizaria recursos inovadores, bem como novos insumos, e se sustentaria como um processo forte e consolidado para impressão de determinadas mídias específicas.
Esta nova realidade está presente hoje em algumas estamparias que investiram neste processo como forma de produzir com qualidade e baixo custo.
Antes da indexação de cores, se utilizava muito a impressão CMYK como forma de reproduzir imagens realistas complexas em serigrafia. Sabemos que bons resultados são alcançados ainda na atualidade com a técnica de impressão em quadricromia em tecidos de cor branca, porém em tecidos de cor preta se faz necessário a impressão de uma base branca para receber as cores CMYK posteriormente. Esta base branca sempre foi indesejável, porém necessária, pois as tintas de cromia não possuem solidez na cor, ou seja, são cores translúcidas. Essa limitação de impressão fez com que o resultado final apresentasse uma estampa pesada, devido à impressão deste fundo branco.
Desta forma, eu vejo a indexação de cores em serigrafia como uma excelente opção para se produzir estampas com imagem realistas com alta qualidade impressa, com custos reduzidos quando comparado com a impressão têxtil digital em larga escala de produção, onde os insumos ainda possuem custos alto quando precisamos imprimir grandes quantidades. Não podemos também deixar de mencionar que o uso de tinta plastisol na impressão de cores indexadas em serigrafia, proporciona um toque suave e bonito visualmente, valorizando o vestuário.


Tecnicamente, como é feita a indexação de cores?

Indexar não é mais do que uma técnica que nos permite limitar o número de cores numa imagem a um conjunto específico e predeterminado de cores.

Em Photoshop estas cores são salvas como uma "Color Look-Up Table", normalmente referidas como CLUT. Este CLUT serve como um índice de cores numa imagem. Num sentido bastante vago, todas as imagens digitais são indexadas porque elas são compostas por um conjunto limitado de cores, definido pelo "gamut" de um determinado tipo de espaço de cor de uma imagem.

Logicamente, no caso de uma imagem RGB ou CMYK, o número de cores pode ir até as centenas de milhares. Por sua vez, o Photoshop não é capaz de gerar um CLUT para mais que 256 cores, o conceito é o mesmo; a imagem é formada com um conjunto limitado de cores.



                                                         
 Imagem em RGB


O Photoshop tem uma rotina de indexação que tem sido utilizada por anos para reduzir o numero de cores da paleta de gráficos destinados á internet, com a finalidade de reduzir o tamanho do arquivo.
Porem pouco utilizada pela serigrafia, devido algumas limitações, desta forma, especialistas desenvolveram processos dentro do próprio Photoshop no qual podemos realizar estampas realísticas com cores indexadas de 04 a 12 cores, conseguindo ótimos resultados.


É válido perguntar; mas então porque havemos de querer utilizar cores indexadas?

A primeira tarefa quando pretendemos fazer uma separação de cores, é decidir qual o tipo de separação que irá funcionar melhor para a nossa imagem. CMYK ou Cores Indexadas?

Considerando que as separações indexadas não utilizam as tradicionais tramas de meio-tom, mas sim pixels quadrados, em que todos têm o mesmo tamanho, outro fato interessante é que esse ponto não se sobrepõe como  ocorre na impressão em quadricromia. Os pontos da retícula em cores indexadas são dispostos lado a lado, o que permite a produção de matrizes serigráficas de melhor qualidade.


                                                
Imagem com cores indexadas


Algum tipo de tinta é mais indicado para estampas produzidas a partir da indexação de cores? Qual e por quê?

A impressão de cores indexadas em serigrafia exige  o uso de uma tinta que não seque em temperatura ambiente. Pois a reprodução de pontos muito pequenos seria impossível com uso de tintas convencionais, ou seja, tintas a base de água, que secam em temperatura ambiente.
As dificuldades também estavam no acerto das cores das tintas, como conseguir umas cores tão vivas sobre um tecido preto sem repiques, com toque macio, trabalhando com reticulas entre 55 a 70 LPI, com telas entre 77 a 120 fios cm, onde querendo imprimir com alta produtividade com tintas base água é praticamente impossível.

Neste caso específico utilizamos as tintas chamadas de plastisol, formuladas a partir de uma resina de PVC 100% sólida e seus plastificantes, proporcionando toque macio. Tinta de secagem em estufa. Para a cura total recomenda-se temperatura de 160° a 170°C, por 3 a 4 minutos.

O uso de uma tinta com qualidade, de boa cobertura em fundos escuros e que não seque em temperatura ambiente é fundamental para o sucesso desta técnica de impressão.


Existem macetes para trabalhar com indexação de cores? Quais?

Eu diria que na verdade existem recursos tecnológicos adequados para estabelecer um ótimo resultado de impressão com cores indexadas.
Se você deseja alcançar um excelente resultado final de impressão serigráfica com está técnica, eu recomendaria alguns investimentos como uma impressora têxtil automática, comumente chamada de impressora carrossel, onde podemos controlar a repetibilidade da impressão com ajustes de velocidade, pressão e inclinação do rodo impressor.
Outro fator importantíssimo, é a qualidade das matrizes serigráficas, hoje em dia existem equipamentos de gravação de matrizes digital, denominados CTS – Computer To Screen, capazes de reproduzir imagens complexas com muita qualidade de resolução em telas serigráficas.
Com o uso desses recursos para reproduzir cores indexadas em serigrafia, você certamente alcançará um ótimo resultado final, agregando valor ao seu produto de vestuário, criando um diferencial competitivo para sua comercialização.

Dr. Silk
Professor e Consultor em artes gráficas.

quinta-feira, 18 de julho de 2019

RODO IMPRESSOR




RODO SERFIGRÁFICO (PERFIL)

                O rodo serigráfico possui algumas funções tais como: mover a tinta sobre a matriz, preenchendo a abertura do tecido de tinta (entintamento) e levar a matriz a encostar no substrato durante a impressão propriamente dita.
                Durante o entintamento o rodo deve ser posicionado na parte de baixo da matriz, formando um ângulo de aproximadamente 75º na direção do impressor. Nessa posição a tinta deverá ser “empurrada” com a base do perfil do rodo sem que o mesmo exerça pressão sobre a matriz, mantendo dessa maneira, a matriz sem contato algum com o substrato a ser impresso. Após esse procedimento a matriz deverá estar entintada e pronta para que a impressão seja realizada.
                Na impressão, devem-se considerar as seguintes observações: ângulo de ataque do rodo (inclinação do rodo durante a impressão), pressão do rodo (força exercida sobre a matriz) e a velocidade da passagem do rodo.
                O ângulo de ataque mais comum do rodo na impressão é + ou – a 75º. Ao se modificar o ângulo do rodo na impressão, modifica-se a deposição de tinta no substrato (carregação). Quanto mais fechado for o ângulo do rodo durante a impressão, maior será a deposição de tinta. É preciso achar um meio termo na inclinação do rodo para que a impressão não fique falhada (ângulos mais próximos a 90º) e também não fique carregada (ângulos próximos a 0º).
                A força que se exerce sobre o substrato com o rodo durante a impressão serigráfica deve ser sempre mantida com a mesma intensidade durante toda a tiragem. Uma pressão muito forte do rodo aumenta a descarga de tinta sobre o substrato além de aumentar o risco de deformar a matriz. A pressão adequada depende sobretudo da experiência, da sensibilidade e da preferência individual do impressor.
                A velocidade na passagem do rodo deve ser moderada. Quanto mais rápido se passa o rodo sobre a matriz, menor será a descarga de tinta, ao passo que quando o rodo é passado numa velocidade reduzida, a tendência é que a impressão fique carregada demais.
                O equilíbrio entre o ângulo de ataque, a pressão e a velocidade da passagem do rodo durante a impressão, garantirá a correta deposição de tinta sobre os substratos e uma maior uniformidade no trabalho.

                Existem no mercado algumas opções de composição, formato e dureza.

COMPOSIÇÃO:

Dentre as composições disponíveis, a de melhor desempenho é a de poliuretano, apresentando ótima resistência química (a solventes) e física (abrasão/desgaste). O mesmo não acontece com o composto de estireno butadieno (borracha sintética), que apresenta baixa resistência química e física.

FORMATO:

                Em relação aos formatos, serão citados os mais recomendados para cada tipo de equipamento e substrato.

 Perfil A – De 90º. Para uso na maioria das tarefas de serigrafia. Normalmente usado com a inclinação entre 45º e 75º.

 Perfil B – De 75º. Chanfrado de um só lado. É especialmente adequado para máquinas de impressão automática.

 Perfil C – Chanfrado pelos dois lados e com a base plana. Especial para impressões em superfícies cilíndricas como copos, canetas, etc.

Perfil D – Com a mesma aplicação do perfil C, porém é utilizado em máquinas automáticas.

Perfil E – Utilizado para obter alta cobertura ou espessura na camada de tinta impressa, recomendado para tintas de alta viscosidade e para impressões em tecidos.

Perfil F – Idem ao de Perfil E, porém é usado para impressões com telas confeccionadas com tecidos mais fechados.


DUREZA:

                O perfil tem grande responsabilidade no depósito da tinta e na definição da impressão de acordo com sua dureza. O instrumento utilizado para medição da dureza é o durômetro, e a unidade de leitura é expressa em graus Shore.

ESCALA DE DUREZA EM GRAUS SHORE

                60º a 75º Shore – Perfil macio;
                76º a 85º Shore – Perfil médio;
                86º a 95º Shore – Perfil duro.

Perfil macio – Indicado para impressões serigráficas chapadas e superfícies vitrificadas. (ex.: vidros e cerâmicas)
Perfil médio – Indicado para a maioria das impressões serigráficas manuais.
Perfil duro – Indicado para impressões com traços finos, tecidos fechados e camadas finas de tinta. (ex.: impressões com tintas U.V.)

quarta-feira, 26 de junho de 2019

Tipos de esticagem de tecido

1. Esticagem de tecido

A uniformidade de esticagem do tecido é fator de extrema importância para obtermos os maiores valores de tensão global. Os diversos sistemas existentes para o tensionamento do tecido ao quadro têm vantagens e desvantagens intrínsecas. Há diversas maneiras básicas e especiais de se esticar um tecido, todas fornecendo graus diferentes de precisão, uma esticagem de qualidade irá proporcionar uma boa impressão, registro de cores perfeitos e durabilidade da tela.

1.1. Esticagem manual e grampeador

Não permite uniformidade na esticagem, não podemos usar quadros metálicos e nem é indicado para a produção de uma serigrafia mais técnica. O método de esticagem manualmente do tecido em quadros de madeira (com a ajuda de grampos ou pinças de alongamento) ainda é muito usado por um grande numero de serígrafos que não possuem outros recursos mais modernos de esticagem, especialmente para a impressão de objetos como camisa, etc.



É essencial que o tecido também seja colado ao quadro de madeira após a fixação dos grampos sobre o tecido. Esta técnica de grampear o tecido na moldura não dá uniformidade ao tecido tensionado, nem deve ser utilizada para gravar matrizes serigráficas para impressão de precisão como quadricromias, etc.


1.2.Dispositivos de tensionamento por rotação

O tensionamento por porcas é uma outra alternativa mecânica. O dispositivo é constituído por um sub-quadro que serve de apoio para quatro trilhos, que servem de suporte para pinças ou prendedores que agarram o tecido. Os prendedores são movidos por meio de uma rosca girada através de uma manivela, uma catraca, um dispositivo de torque ou um motor elétrico. O tensionamento é alcançado aumentando-se à distância a partir dos corrimões.

O tecido deve ser pinçado paralelo às direções de urdume e trama. O tecido é puxado um pouco para fora das pinças de canto, para evitar uma tensão excessiva local.
As pinças devem segurar o tecido o suficiente para não causar danos, mas suficientemente firme para evitar escorregamentos. As direções de urdume e trama devem ser esticadas igualmente durante o processo de esticagem, o quadro de serigrafia é colocado sobre um suporte com altura regulável para evitar contato com o tecido. O quadro é pressionado contra o tecido durante a colagem.

Quando a colagem é feita em um determinado ângulo, o quadro de impressão é colocado sobre o suporte segundo esse ângulo, e o tecido é esticado de forma usual.

1.3. Esticagem por pinças mecânicas e pneumáticas individuais

Tem a vantagem de apoiando-se no próprio quadro, compensar esforços de vergadura, mas a desvantagem de apresentar desuniformidade nos fios localizados entre as pinças, implicando em tensões admissíveis menores e não consistência nos valores de tensão no ajuste fino por problemas de atrito nas pistas de tração.
Dispositivo de tensionamento com pinças simples: Esse tipo de dispositivo substitui os trilhos de pinos com pinças móveis. Elas correm em rolamentos de esferas e podem seguir o tecido à medida que ele é esticado. Isso acomoda as alterações no comprimento durante o tensionamento.

1.4. Quadro auto tensionante e com barras de tração

Tem a vantagem de ser de fácil construção, bastando utilizar um quadro rígido e parafusos para tracionar a barra onde o tecido é fixado. Sua desvantagem principal é o peso. Bastante leve, as próprias laterais afastam-se para tensionar o tecido. A desvantagem é a complexidade e a precisão mecânica da construção. O tecido é preso na moldura. O tensionamento é obtido, por exemplo, girando-se os trilhos do quadro. Os quadros auto-tensionáveis têm a vantagem do tecido não precisar ser colado ao quadro, com tudo, devemos ter cuidado para não colocar tensão excessiva e com isso rasgar os tecidos nos cantos.

1.5. Dispositivos eletromecânicos de esticagem semi-automáticos

Os dispositivos mecânicos de esticagem semi-automáticos provêem um tensionamento variável e contínuo por meio mecânico. A força é aplicada através de um mecanismo eletromecânico que puxa as pinças para fora em ambos os trilhos simultaneamente, ou em um de cada vez.
Esses mecanismos são adequados para quadros grandes ou para cobrirem vários quadros pequenos de uma única vez.



1.6. Dispositivos de esticagem pneumáticos

Os dispositivos de esticagem pneumáticos são constituídos por várias pinças de esticagem individuais, ligadas e agindo em conjunto. As pinças são operadas por ar comprimido e o número usado depende do tamanho do quadro.

As pinças são construídas de tal modo que se apóiem no quadro de impressão durante o tensionamento. A tensão aplicada ao tecido é também aplicada ao quadro. Uma pré-tensão é dada ao quadro automaticamente para evitar o afrouxamento do tecido depois da colagem.

Considerando que as pinças são presas sob ar comprimido, a tensão do tecido permanece constante até o tempo da colagem. O tecido deve ser pinçado paralelo às direções de urdume e trama. Tome cuidado para que a soma total dos comprimentos dos mordentes das pinças não exceda o comprimento do quadro de impressão. As pinças devem estar alinhadas lado a lado e puxarem uniformemente e simultaneamente o tecido. O desbalanceamento produz forças diferentes. O equipamento de esticagem deve ser muito bem conservado.


quarta-feira, 29 de maio de 2019

PRÉ-IMPRESSÃO PARA SERIGRAFIA

PRÉ-IMPRESSÃO

Definição

A pré-impressão é a técnica de preparação do original para possibilitar a sua reprodução por meio de um processo de impressão.

Na serigrafia, a pré-impressão compreende as etapas de  preparação dos filmes que serão usados na gravação das telas de serigrafia, podemos também incluir na pré-impressão a produção de telas (matrizes).

Quando a imagem original possui mais de uma cor, se faz necessário realizarmos a separação das cores , ou seja, para cada cor um filme e uma tela correspondente.

Desta forma, quanto maior o número de cores do original, maior será o custo de produção. Vejamos, um trabalho de impressão com 10 cores na imagem original, irá gerar 10 filmes e 10 telas gravadas respectivamente.

Posteriormente estaremos abordando e explicando a técnica de separação de cores em serigrafia.

Existem várias formas de prepararmos os filmes para gravação de telas.

  • ·  Desenho manual com caneta de nanquim sobre papel vegetal ou  poliéster leitoso;
  • ·  Filme de recorte;
  • ·  Poliéster, vegetal ou transparência impresso em impressoras a laser, ou seja, Laserfilm;
  • ·  Fotolito digital, através de imagesetter;
  • ·  Fotolitos produzidos através de impressora a jato de tinta de grande formato, com linguagem PostScript, capaz de reproduzir imagens reticuladas.

FOTOLITOS

Os diapositivos fotográficos são chamados de fotolitos e se dividem em fotolito fotomecânico e digital. Os fotolitos para serigrafia exigem uma leitura correta do lado positivo do filme. Nesse contexto, uma leitura correta significa que a arte final deve ser reproduzida no lado correto da emulsão do filme.

Isto é o oposto do que é feito nos filmes para offset.

Isto é importante, porque permite que durante à exposição, o lado de emulsão do filme fique colocado diretamente sobre a emulsão da matriz. Se filmes do tipo reverso para offset (leitura errada) forem usados, a base de poliéster do filme é interposta entre a emulsão e a camada do filme. Isto causa um corte menor do que o necessário, gerando uma matriz com falta de nitidez e detalhe.




FILME POSITIVO

Imagem na qual as notações do claro/escuro são idênticas as do original.



FILME NEGATIVO

Imagem na qual as notações do claro/escuro são opostas as do original.





SETOR DE FOTOLITO

É a área das artes gráficas responsável pelo registro, correção e finalização das imagens que serão impressas.

O nome do setor é originário da forma como eram chamadas os primeiros registros fotográficos em artes gráficas: photós (luz em grego) + lithós (pedra também em grego) = fotografia em pedras litográficas.

O nome de origem do setor é mantido até os dias de hoje dessa forma no jargão da área gráfica, o produto dele originário também é assim designado desde o século XIX.

A função primordial do fotolito é preparar as imagens para a reprodução gráfica, separando os grafismos de cada cor de impressão e os adaptando a cada processo de impressão.

Todo o processamento da imagem no fotolito é realizado com as imagens sendo trabalhadas em tons de preto e branco.


TIPOS DE CAMADAS FOTOSSENSÍVEIS

Os originais podem ser de diferentes tipos: opacos ou transparentes, em tom contínuo ou a traço, coloridos ou em preto e branco...

Já o material trabalhado para a reprodução gráfica somente pode ser trabalhado em preto e branco.

Os materiais fotográficos pode ser em tom contínuo (onde há variação de tons entre o branco e o preto) ou em meio tom (onde somente áreas pretas ou brancas são possíveis nas imagens registradas).

A maioria dos processos de impressão somente são capazes de reproduzir imagens em meio tom, distinguindo apenas as áreas de impressão (grafismos) onde será depositada a tinta das áreas de não impressão (contra-grafismo) onde ficará visível o papel.


OPERAÇÕES FOTOGRÁFICAS

1º) Exposição
Com o uso de equipamento apropriado a luz refletida ou emitida pelos objetos é capturada sobre película fotossensível; a imagem registrada nesse momento é chamada de imagem latente, está registrada, mas não é visível.

2º) Revelação
Com o emprego de substância química especifica (revelador) os sais de prata tem o seu processo de enegrecimento acelerado. A imagem se torna visível, mas o material fotossensível permanece capaz de registrar outras emissões luminosas.

3º) Interrupção
Com o uso de substância química específica (interruptor) o procedimento de revelação da imagem é interrompido; a imagem permanece como no estágio anterior do processamento.

4º) Fixação
Após a interrupção do processo de revelação é preciso neutralizar a fotossensibilidade dos sais de prata, isso é obtido com o uso do fixador.

5º) Lavagem
O filme é imerso em água corrente por um período de tempo tal que permita extrair do material a maior parte das substâncias químicas utilizadas ao longo do processo.

6º) Secagem
O material é seco com o emprego de ar quente, seja em estufas ou com secadores.


TIPOS DE REGISTROS FOTOGRÁFICOS

Os originais podem ser de diferentes tipos: opacos ou transparentes, em tom contínuo ou a traço, coloridos ou em preto e branco...

Já o material fotográfico pode ser originado a partir da reflexão ou da filtragem da luz pelo original.

Fotografia por reflexão
A luz bate no original e é refletida para o aparelho de captura.





Fotografia por transparência
A luz atravessa o original e é filtrada por esse antes de chegar ao aparelho de captura.




EQUIPAMENTOS DE FOTOGRAFIA

Convencionais:

Máquina Fotográfica: São equipamentos de registro de imagem capazes de ampliar e reduzir imagens ou de as capturar em escala real (tamanho idêntico ao do original). Pode fotografar tanto por transparência quanto por reflexão.

Ampliador: Equipamento capaz somente de ampliar as imagens dos originais (sempre transparentes) com os quais trabalha.

Prensa de contato: Equipamento sem lente que somente registra imagens por transparência e em escala real.

Digitais:

Scanner: São equipamentos que possuem a capacidade de converter imagens físicas em registros digitais, podem trabalhar por reflexão ou por transparência, são designados como planos ou cilíndricos de acordo com o tipo de apoio para originais que possuem.


MÁQUINA FOTOGRÁFICA
1 – Porta originais com iluminação interna  2 – Iluminação externa  3 – Fole com lente  4 – Vidro despolido  5 – Tampa com vácuo  6 – Controles

As máquinas fotográficas são denominadas de verticais ou horizontais, de acordo com o eixo do conjunto de lentes, em geral as máquinas horizontais são bem maiores que as verticais e ocupam salas.


AMPLIADOR



1 – Base para projeção das imagens  2 – Fole com lente  3 – Iluminação  4 – Porta originais (ver 6 – peça aberta)  5 – Controles



PRENSA DE CONTATO
1 – Iluminação  2 – Base de vidro  3 – Controles  4 – Tampa com manta pneumática

quarta-feira, 24 de abril de 2019

Aspectos Técnicos da Produção em Quadricromia



O constante crescimento da técnica de quadricromia na serigrafia tem feito com que muitos serigrafos procurem se iniciar na técnica. A quadricromia é uma técnica especial que permite a reprodução com extrema fidelidade de qualquer tipo de original, seja ele uma foto, um desenho, por meio de apenas quatro cores básicas: cyan, magenta, amarelo e preto. Essas quatro cores impressas por meio de reticulados (imagens fragmentadas em pequenos pontos) e sobrepostas permitem a reprodução de qualquer tipo de cor existente no original, assim como a grande variação de tonalidades existentes em uma foto colorida.


A obtenção dos diapositivos da quadricromia é feita por meio de processo eletrônico de seleção de cores, usando-se a síntese subtrativa de cada uma delas. Por meio desses processos a riqueza de detalhes de um original colorido é reproduzido com extrema fidelidade. As tintas usadas para quadricromia são translúcidas e obedecem um padrão de cor na escala Europa, o que permite a reprodução universal de qualquer tipo de original.

A obtenção das diferentes cores na reprodução de quadricromia ocorre pela sobreposição de cores e provem do efeito ótico e não físico.

Para imprimir em quadricromia é necessário conhecimento especifico sobre vários aspectos que determinam a qualidade e a possibilidade de reprodução fiel do original. Em qualquer reprodução de quadricromia, deve-se analisar os seguintes itens:

Uma regra é básica e muito verdadeira. Começar certo para se evitar problemas durante o processo de impressão de quadricromia. A reprodução está inevitavelmente ligado a perda de qualidade, ou seja uma cópia não oferece exatamente as mesmas características do original com isso sempre se perde algo durante a impressão, porém reproduzir uma imagem que já de início apresente falhas no original, implica na obtenção de uma péssima cópia no final, por isso que existe uma série de parâmetros a serem considerados para se chegar ao máximo de aproveitamento para reprodução por meio das quatro cores.

A resolução precisa ser de no mínimo 250 a 300 DPI para a reprodução em camisetas. Esse valor tem que ser o real e não a resolução interpolada que confunde na hora da compra, que consiste em esticar a figura escaneada, produzindo imagens com resoluções impressionantes, porém uma resolução interpolada altíssima é inútil por três motivos:

  •  A imagem não fica com boa qualidade, pois a imagem é captada por sensores com resolução real e esticada para atingir a desejada. Como exemplo temos uma imagem captada por um sensor de 600 DPI esticada 32 vezes para atingir uma resolução de 19200 DPI.
  •  Porque esse esticamento pode ser feito por qualquer programa gráfico e não necessariamente pelo scanner, e a quantidade de memória que um computador deve ter para escanear uma imagem interpolada é muito elevada podendo até esgotar a memória de um computador.
  • E o tempo é relativamente alto para que o scanner transmita a imagem para o computador, podendo levar de minutos à horas dependendo da velocidade da conexão.

Recomendamos fazer uma avaliação prévia da imagem, pois tons como pele, degradês e outros exigem diapositivos adequados.



Tratamento: A imagem escolhida deve ter um tratamento necessário por meio de softwere como Photoshop, para que apresente alta definição.

Fundo Branco: É imprescindível a produção de um diapositivo chapado, que será um fundo branco para aplicação da cromia em fundos escuros porém, a camada branca deverá ter milímetros a menos que a imagem original, para se evitar após a impressão o aparecimento de uma margem branca em volta do desenho, levando-se em conta que o fundo não poderá ser muito menor que o desenho para que a impressão saia diretamente sobre o tecido, impossibilitando a visualização, visto que tintas para quadricromia são transparentes.

Um dos problemas mais frequentes é a falta de resolução do desenho em relação ao original visto no monitor a calibração do monitor evita a elaboração de desenhos com cores que jamais poderão ser reproduzidas corretamente.


Cor aplicadada: Entende-se por cor aplicada qualquer cor usada em um determinado original, seja ela laranja, azul, marrom, etc. Esse caso é muito comum na serigrafia em que se imprimem originais com seis, ou mais cores. O processo para obtenção dos diapositivos pode ser manual ou fotomecânico (fotolito). Para cada cor, é necessário fazer uma impressão, por isso trabalhos com muitas cores demandam mais tempo e maior consumo de tinta.

Uma das vantagens da utilização do processo de cores aplicadas é o de poder imprimir sobre materiais de diferentes cores (até mesmo o preto), pois as tintas usadas no processo de cor aplicada são opacas (não confundir com fosca), isto é não tem transparência. A obtenção das diferentes cores, no caso de cor aplicada, é feita por meio de mistura física.

12.1. Escolha do original

Você pode usar uma foto comum em papel, um slide, um desenho pintado, etc. É importante observar se o original é de boa qualidade. Como o processo de seleção de cores é feito em equipamentos especiais, você deve instruir seu cliente a conversar com o estúdio do fotolito para saber se o seu original tem o tamanho correto que permita entrar na máquina, pois existem algumas máquinas que não trabalham com originais rígidos, sendo necessário transformar o original em uma foto ou slide. A quadricromia permite ainda a reprodução de originais já impressos, recurso muito utilizado na estamparia têxtil.

12.2. Seleção de cores

É o processo utilizado para a obtenção dos quatro fotolitos de quadricromia já reticulados. Feito em locais especializados, esse processo exige o uso de equipamentos especiais, os scaners, dos quais se obtêm os quatro filmes da quadricromia já reticulados, com inclinação da retícula, tipo do ponto UCR (MRC), mínimas e máximas e ainda camada do filme. O processo de seleção de cores depende de uma série de informações que devem ser passadas ao estúdio de fotolito para que, assim, o trabalho possa ser executado com características próprias para impressão em serigrafia.

12.3. Critérios de impressão

Matriz – A produção de um diapositivo correto permite a produção de uma matriz com a mesma fidelidade, esta deve sempre que possível ser confeccionada em perfís de aluminio, que oferecem maior resistência que os demais. Para a impressão das quatro cores podem ser usados tecidos de poliéstes amarelos, com uma variação de 77 fios (base de água) e 90 a 120 fios (plastisol). Para o fundo branco, a tela pode ser de mais aberta, com 55 fios.

Esticagem – As telas devem ser esticadas no mesmo dia, pois terão o mesmo afrouxamento comum, evitando disparidades que poderão influenciar o registro das telas.

Emulsionamento – A emulsão deve ter resistência á tinta escolhida. O emulsionamento da tela esticada deve ser feito com 4 camadas externas e 3 interna (aplicação direta sem secagem), cobrindo bem o tecido para se evitar problemas posteriores, após alguns minutos a tela estará pronta para a secagem.

Gravação – O ideal é se utilizar prensa a vácuo e uma fonte de luz UV de 4000W aproximadamente. Na montagem do diapositivo sobre a tela a ser gravada, deve-se ter muita atenção as medidas e ao posicionamento dos quatro positivos sobre a tela, pois em relação ao registro, é importante medir as distâncias horizontal e vertical a fim de deixar as quatro matrizes o mais alinhadas possível.

Exposição – Tela para quadricromia não deve ficar muito tempo exposta á luz, pois poderá ocasionar uma perda de pontos, que não serão reproduzidos posteriormente. Outro cuidado adicional que deve ser observado logo após a gravação é quanto a lavagens das telas, pois é preciso revelar todos os pontos da imagem.