Tratamento corona
O tratamento de superfícies plásticas por efeito corona tem sido largamente utilizado nas últimas décadas como um meio efetivo de aumentar a energia superficial desses materiais aumentando deste modo a umectabilidade e a aderência de tintas, adesivos, coatings e laminados.
Teoria: muito se tem pesquisado sobre os efeitos do tratamento corona, e ainda não se determinou precisamente o mecanismo que produz tal efeito. Algumas teorias qualificam o efeito como:
- Insaturação das moléculas da superfície do material;
- Oxidação da superfície formando carbonila e carboxila, radicais meta dirigentes que se compatibilizam com as tintas;
- Rearranjo molecular da superfície.
- O que podemos afirmar com certeza é que o tratamento corona melhora a adesão com materiais polares, e a modificação é estritamente superficial. A capacidade de uma superfície promover a expansão e aderência de um líquido denomina-se umectabilidade. A tensão de umectabilidade ou tensão superficial dos materiais é mediada em dina por centímetro (d/ cm). Os filmes estudados têm uma tensão superficial naturalmente baixa, como por exemplo:
- Poliestireno – 33d/ cm
- Polietileno – 31 d/ cm
- Polipropileno – 29 d/ cm
Na prática necessita-se de 40 d/ cm para trabalhos de impressão. Esse aumento e proporcionado pelo tratamento corona.
O processo: o tratamento corona consiste no uso de uma descarga de alta voltagem, cujo potencial excedendo o ponto de ruptura de isolação do ar, que é da ordem de 26KV/cm, produz ozônio e óxidos de nitrogênio, os quais oxidam a superfície do filme plástico. O processo é obtido pela passagem do filme sobre um cilindro de metal aterrado, recoberto por um dielétrico para assegurar uniformidade da descarga elétrica e do tratamento.
Uma estação de tratamento típica é composta de:
- Um eletrodo ao qual é aplicada a alta voltagem;
- Um espaço entre o eletrodo e o dielétrico (gap de ar), o qual será ionizado criando o efeito corona e gerando o ozônio;
- O material dielétrico, o qual pode suportar altos níveis de voltagem sem romper-se;
- Um plano aterrado, normalmente um cilindro de alumínio sobre o qual é passado o filme.
- Podem-se tratar também materiais laminados a outros materiais plásticos, papel e até substratos metálicos, como alumínio. No tratamento de substratos metálicos utiliza-se um tipo diferente de estação, a qual tem o metal dielétrico aplicado ao eletrodo de descarga, e não ao cilindro de tratamento.
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