Espessura da camada de emulsão
Como todos os fotopolímeros,
as emulsões serigráficas, ao receberem radiação de luz, começam a absorver esta
radiação, transportando esta energia para as moléculas de seus componentes
químicos, fazendo com que estas se liguem formando um composto com
características físico-químicas diferentes das originais.
A característica que
procuramos é a insolubilização parcial, ou seja, o fato de que as áreas
expostas tornam-se menos solúveis a certos solventes, especificamente a água.
Esta insolubilização ocorre em função do tempo de exposição direcionalmente e
em profundidade na emulsão.
Quanto mais espesso for o
filme de emulsão aplicado, tanto maior será o tempo de exposição necessário
para promover a característica de insolubilização até o nível dos fios do tecido.
Certos corantes
empregados na fabricação de emulsões podem fazer com que o tempo de exposição para
espessuras maiores fique muitas vezes maior.
As emulsões podem ser
apresentadas em estado líquido ou em filme seco com espessura constante
ajustada de fábrica. A espessura final de impressão é determinada pelo tecido e
nas bordas da imagem, por este mais a espessura da emulsão sob os fios.
Aplicação da emulsão
Para a aplicação manual, é
aconselhável o uso do aplicador de emulsões de alumínio com laterais removíveis
de plástico, que apresenta perfil ergonômico em alumínio anodizado, com dois
tipos de bordas para espessuras de deposição diferentes e laterais plásticas
removíveis,que garantem a inclinação ideal na aplicação da emulsão.
Utilizar sempre um
aplicador que cubra a largura total da tela. Não utilizar um aplicador pequeno em várias
passadas paralelas, o que formará uma camada com espessura irregular.
A espessura da camada
depende do tipo de tecido, da emulsão e do número de aplicações. Aplicar a
emulsão com a matriz na posição vertical, levemente inclinada.
Aplicar 2 demãos no lado
externo e, sem secar, 2 ou mais pelo lado interno (lado do rodo de impressão).
A espessura ideal da
camada de emulsão varia de 10 a 25% da espessura do tecido. Para finalidades
especiais, estes valores podem ser alterados. Aconselhamos o uso de um medidor
de espessura, para o controle do processo de aplicação de emulsão.
Após a secagem, podem ser
aplicadas demãos adicionais no lado externo da matriz, para melhorar a
planeidade ou aumentar a espessura da camada fotográfica.
Controle de aplicação de camadas de
emulsão
Uma das maneiras de
ampliar a qualidade da imagem impressa é controlar com precisão a camada de
emulsão aplicada na malha.
O serrilhado e a falta de
definição são problemas que perseguem a maioria dos serígrafos em todos os
segmentos de mercado. A solução encontrada em muitos casos é a utilização de
malhas com tramas mais fechadas, ou seja, maior número de fios por centímetro.
Apesar deste procedimento solucionar parte do problema, nem sempre malhas mais
fechadas significam maior definição.
A definição de imagem,
isto é, bordas perfeitamente definidas, sem serrilhas, através do controle da
aplicação da emulsão e não da abertura da malha. Como exemplo podemos citar a
necessidade de impressão com uma malha de 25 fios/cm. Vamos dizer que, devido
ao uso de um tipo de tinta especial, o serígrafo tenha que usar uma matriz de
25 fios/cm. É perfeitamente possível obter uma boa definição em malhas abertas;
para isto, basta controlar a camada de emulsão fotográfica aplicada à tela.
A aplicação da emulsão
fotossensível para gravação da imagem na tela serigráfica requer cuidados
especiais. Como a malha consiste em uma trama, a irregularidade da emulsão aplicada
também acompanha a trama.
Desta forma uma aplicação
mal feita apresentará irregularidades que acompanham os altos e baixos dos fios
da malha, provocando deficiências na imagem impressa. Com uma maior número de
camadas de emulsão essa irregularidade desaparece e a camada de emulsão
torna-se muito mais resistente, sem perder nenhum detalhe da imagem contida no
fotolito.
O controle de aplicação
das camadas de emulsão consiste em aplicar várias camadas de emulsão, molhada sobre
seca, de maneira a formar um filme final sem irregularidades. Este processo é
feito da seguinte maneira:
Primeira aplicação: com a malha preparada,
livre de poeira, sujeiras e perfeitamente desengordurada. Essa
primeira camada consiste em duas aplicações de emulsão pelo lado externo da
matriz (lado do substrato) e uma passada pelo lado interno (lado do rodo). São
passadas de emulsão molhado sobre molhado.
Esse processo requer
aplicador que proporcione controle de camada sem imperfeições.
A tela deve ser colocada
para secagem com a parte interna (lado do rodo) para cima. Depois da emulsão
seca, aplica-se uma nova camada pelo lado externo da matriz (lado do
substrato).
Segunda aplicação: a segunda aplicação é
feita sobre o lado externo. Neste caso, molhado sobre seco. Nesta fase
utiliza-se uma única passada, de maneira a igualar a camada anterior, evitando
as imperfeições causadas pela trama da malha.
Novamente, a tela é
colocada para secagem da camada aplicada. Controlando as camadas de emulsão
aplicadas na tela você; verá que é possível aumentar a definição da imagem sem
ter que utilizar malhas muito fechadas.
Definição e descarga da tinta
Como vimos, é possível
obter melhores níveis de definição utilizando recursos de aumento da camada de
emulsão; todavia, é importante buscar um controle entre o depósito de tinta e a
definição. O depósito de tinta é aumentado pela espessura da malha e por um
maior número de camadas de emulsão.
Porém, recursos do fio da
borracha do rodo, inclinação e velocidade de impressão também podem alterar o
depósito de tinta. A definição também pode ser controlada com o uso de malha mais
fechada, mas os melhores resultados são obtidos com o controle preciso das
camadas de emulsão. A definição também pode ser controlada por recursos de
pressão, inclinação e velocidade do rodo, assim como fora de contato e diluição
da tinta.
Secagem
Deixar a emulsão secar completamente, com a matriz na posição horizontal,
com o lado externo voltado para baixo. Atenção: o tempo de secagem é proporcional
à lineatura do tecido (fios/cm), ao tipo de emulsão, à espessura da camada e tipo de secagem (frio ou quente).
A estufa de secagem deve
possuir entrada de ar quente, seco e filtrado, com saída de ar, de preferência
para fora do laboratório.
Em regiões de umidade
elevada, utilizar um desumidificador. Para as emulsões de dupla cura, diazóicas
ou bicromatadas, a temperatura da estufa não deve exceder a 37ºC. Caso não possua
uma estufa de secagem, deixar secar naturalmente em lugar seco, escuro e livre
de poeira.
Para matrizes com tecidos
abertos e camadas espessas, deixar secar por períodos
maiores, para garantir a
total evaporação da água.
No caso de emulsões
sensibilizadas com Bicromato, expor e revelar a matriz logo que a camada esteja
seca, pois após algumas horas a emulsão estará total ou parcialmente
endurecida, mesmo não tendo sido exposta à luz.
Revelação
Revelar a matriz
dirigindo em ambos os lados um jato suave de água, de preferência com um espalhador.
Continuar a lavagem até
que a imagem apareça totalmente e as áreas não expostas estejam completamente
livres de resíduos de emulsão. Use maior pressão somente no lado externo. Para
matrizes com tecidos abertos ou camadas espessas, deixá-las submersas em água
por aproximadamente vinte minutos antes de usar o jato de água.
Com a emulsão ainda
úmida, aplicar um Anti-véu (complementador de exposição), utilizando uma
esponja macia, em ambos os lados da camada, iniciando pelo lado interno.
Aguardar alguns segundos e lavar com água corrente. Este produto atua sobre a
emulsão já revelada, fixando-a completamente e evitando a formação de véus
(resíduos de emulsão não endurecidos que bloqueiam a passagem de tinta nas
áreas abertas da matriz).
Tratamentos posteriores
Pós-exposição (opcional):
quando
forem utilizadas as emulsões pré-sensibilizadas ou de dupla cura, uma
exposição posterior à revelação complementará o endurecimento, aumentando a
resistência da matriz tanto a água como a solventes.
Endurecimento químico: para aumentar a
resistência da matriz à abrasão e a produtos à base de água, utilizar os
endurecedores ou o catalisador para matrizes serigráficas.
Acabamento
Secar a matriz
completamente. Retocar eventuais furos ou falhas e vedar as bordas da matriz
com bloqueador adequado. Utilizar os bloqueadores removíveis rápido ou normal
se a tinta for solúvel em solvente, UV ou tipo plastisol.
Caso a tinta seja à base
de água, utilizar o bloqueador permanente ou a própria emulsão já
sensibilizada. Neste último caso, é recomendável uma exposição posterior, para
tornar os retoques insolúveis em água.
Fonte:Agabe
www.agabe.com
Conteúdo muito útil DR.
ResponderExcluirObrigado.