TRANSFER
As evidências apontam para um aumento significativo da
presença de empresas de Transfer no mercado e também da procura por parte dos
consumidores. Com isto, a serigrafia vem ganhando um importante aliado para
incrementar as opções de qualidade, principalmente na decoração de tecidos.
Um
fato bastante positivo é que, assim como cresceu o setor de Transfer, também
aumentou o interesse do público por trabalhos executados com esta técnica. Uma
coisa puxa a outra, e as empresas de Transfer vão se tornando cada vez mais
técnicas e especializadas naquilo que fazem. Consequentemente, os consumidores
passam a ter acesso a produtos de melhor qualidade, o que aumenta seu
interesse.
Ao
contrário do que acontecia no passado, quando a técnica de Transfer era quase
que uma exclusividade das chamadas “empresas artesanais”, hoje o processo é uma maneira com que muitas
empresas ampliam seus rendimentos. Há tanto aquelas empresas que utilizam
máquinas de Transfer como um complemento a outras atividades serigráficas como
aquelas que se dedicam exclusivamente à técnica. Em ambos os casos, há exemplos
bem-sucedidos que aliam produtividade e lucratividade.
Um
exemplo claro de que o segmento cresceu é que os anúncios das máquinas e
serviços de Transfer, antes restritos às publicações serigráficas, hoje já
ocupam alguns programas de televisão e os jornais. Além disso, já se pode
encontrar estampas para termotransferência sendo vendidas em lojas de shopping,
ou seja, o Transfer está cada vez mais próximo do grande público.
Para
quem deseja ingressar no segmento de empresas que trabalham com Transfers, e
mesmo para os consumidores mais seletivos, é bom deixar claro que existem tipos
diferentes de negócios associados com a técnica de termotransferência.
Prensa térmica manual
Transfer
industrial
Pode
ser definido com aquele tipo de empresa que está acostumada a receber
encomendas que envolvem grandes quantidades e por isto, trabalham com máquinas
pneumáticas, que fazem a transferência com um intervalo certo de tempo.
O
processo inclui desde os Tranfers sublimáticos, utilizados na decoração de
vestuário esportivo (camisetas de times de futebol), até os Transfers de
poliuretano, aplicados em detalhes de roupas íntimas (logotipo de empresas em
cuecas, por exemplo), passando pelo Transfer com plastisol, que decora artigos
de algodão e são considerados ideais quando adicionados aos trabalhos de uma
estamparia têxtil localizada.
O
Transfer industrial, na grande maioria dos casos, diminui a participação do
operador quanto ao acionamento do equipamento. Ele precisa apenas colocar o
material na máquina no tempo devido, para que a produtividade s4ejsa mantida em
níveis altos. Há, portanto, no Transfer industrial, um ganho de tempo muito
grande.
O
Transfer industrial pode ser produzido por meio de serigrafia, off-set,
rotogravuras, etc. Podemos considerar como semi-industriais as empresas que
produzem transfers serigráficos mas que utilizam para isto prensas manuais.
Transfer
artesanal manual
Este
tipo de trabalho está mais relacionado ao Transfer personalizado. Neste
processo, há a utilização de sistemas que geralmente proporcionam uma
resistência menor às estampas. Note que isso não significa que este tipo de
processo está necessariamente vinculado às pequenas empresas. Podemos estar
falando aqui de fortes empresas serigráficas mas que usam o Transfer apenas
como um complemento para suas atividades.
A
técnica artesanal também está relacionada com uma operação mais manual, em que
o usuário é quem faz a força para que o tampo da máquina de
termotransferência desça sobre o
material que irá receber a decoração. O Transfer artesanal está mais
relacionado com a produção de desenhos feitos por meio de impressões digitais.
Transfer
pronto
Há
também as empresas que não executam o processo de tranferência mas simplesmente
desenvolvem os desenhos com Transfer para as estampas que serão colocadas nas
peças. Estas empresas disponibilizam esses modelos para as que prestam serviços
de termotransferência por meio de catálogos completos. Os interessados podem
escolher se querem uma grande quantidade de desenhos, como uma coleção toda
dedicada a motivos religiosos, por exemplo ou se quer apenas um modelo de
desenho para utilizar em seu dia-dia.
As
empresas que produzem estampas também aceitam encomendas para desenhos
exclusivos, porém cada uma estipula uma quantidade mínima.
Transferência
digital de imagem
Pequenos,
multicoloridos, os pedidos dos clientes são o pesadelo de todo serígrafo que
imprime sobre vestiário. Mas aqueles trabalhos podem tornar-se oportunidades
que trarão proveito sob forma de conhecimento em sistemas informatizados de
desenho e aparelhos de saída. Os aparelhos digitais para saída sobre Transfer
permitem-lhe criar transferidores térmicos no seu sistema de computação e dar
saída na imagem, sempre em todas as cores, diretamente sobre papéis especiais
para transferência. Usando tais sistemas você pode produzir e tirar proveito de
pequenos pedidos de seus clientes e atrair novos clientes com amostras atrativas
que são impraticáveis em serigrafia.
Transfer
em impressoras de sublimação
Basicamente
os sistemas de sublimação depositam uma tinta especial sobre os papéis para
transferência (também chamados de papel de liga direta ou papel com cobertura
de polímero). Quando estes “transferidores” são aplicados a tecidos de
poliéster, a substratos não porosos cobertos por poliéster (por exemplo,
canecas de cerâmica e azulejos, troféus metálicos e placas, plásticos, etc.) a
uma temperatura e pressão específica, a tintura entra em sublimação ou se
transforma de sólido em gasoso, sem a forma líquida intermediária. A tintura
gasosa deixa o papel depois penetra e se liga ao poliéster no substrato para
criar uma permanente e durável imagem.
Enquanto
os equipamentos de saída que usam a sublimação fornecem excelente resolução e
transferência durável que trabalham com larga variedade de substratos você
talvez queira evitar algumas das limitações que estes sistemas impõe. Por
exemplo, os transferidores de sublimação transferem somente os substratos
feitos ou cobertos com poliéster. E ainda que os transferidores de sublimação
trabalhem sobre tecidos, canecas de cerâmica esmaltada, placas metálicas e
outras superfícies de camadas não porosas, você talvez não queira expandir sua
linha de produtos. Você pode também ser induzido a pesquisar alternativas para
os transferidores a sublimação porque eles tendem a custar mais por imagem do
que aqueles criados por outros processos digitais. Então quais são suas
alternativas para criar transferidores térmicos digitalmente?
Sistemas não sublimáveis
O melhor lugar para começar quando consideramos alternativas para impressoras de sublimação é exatamente as próprias impressoras de sublimação. Espera aí! Como pode uma impressora de sublimação ser a melhor alternativa para si própria? É simples. Muitas impressoras de sublimação são de dupla finalidade, permitindo-lhe criar o que popularmente é atribuído aos transferidores de cera térmica em adição aos transferidores de sublimação.
Impressora a jato de tinta
Para
os que querem dar o passo inicial, o sistema a jato de tinta é a opção mais
barata para criar transferidores coloridos em casa.
Para
produzir um transferidor a calor de uma impressora jato de tinta, muitos
fornecedores sugerem as tintas padrão. Contudo, a imagem impressa não será
transferida por calor a menos que você utilize um dos papéis especiais que são
feitos especificamente para sistemas a jato de tinta. Contudo, o veredicto está
suspenso sobre a adequabilidade ou não dos modelos padrão a jato de tinta em
produzir transferidores térmicos.
De
qualquer forma, uma vez que um transferidor para jato de tinta é gerado, a
imagem é aplicável a quente como a de um transferidor de cera térmica. Mas os
transferidores de jato de tinta geralmente têm um ponto de fusão mais baixo do
que os de cera térmica e devem ser aplicados com cerca de 300º F. Os
transferidores de jato de tinta aplicados, compartilham de muitas das
características dos de cera térmica, incluindo uma camada fina depois da
aplicação, e eles são aconselhados para tecidos de cores claras incluindo os de
100% algodão, os de 100% poliéster e a mistura de algodão/poliéster. Além
disso, da mesma forma que os transferidores de cera térmica, eles não são
adequados para canecas, metais ou outros utensílios não porosos.
As
impressoras a jato de tinta são geralmente compatíveis com PC ou MAC e são
encontrados em qualquer fornecedor de equipamentos de computação. Mas antes de
você investir em uma impressora jato de tinta para gerar transferidores
térmicos, considere que estes aparelhos estão entre os mais lentos na geração
de imagens multicoloridas o tempo de saída pode exceder os 15 minutos a
partir do instante em que a imagem tenha sido liberada para impressora.
Copiadoras
a laser coloridas
Se
você estiver atraído pela idéia de gerar transferidores térmicos digitalmente,
mas está longe de querer investir em um novo aparelho em virtude do preço, você
pode achar que suas necessidades serão satisfeitas ao usar uma copiadora a
laser. Você provavelmente não pretende comprar uma para seu ateliê elas custam caro mas poderá geralmente ter acesso a uma em uma gráfica rápida ou loja de cópias. Essas
copiadoras que são direcionadas para produção de transferidores térmicos
incluem modelos fabricados pela HP, Epson, Cannon, Kodak, Minolta, Ricoh e
Xerox.
Basicamente,
uma CLC é igual a qualquer copiadora de escritório, mas fornece saída em todas
as cores ao invés de preto e branco. As imagens são reproduzidas em um destes
dois modos: tanto ao colocar uma imagem original multicolorida na face do
scanner da CLC ou ao liberar um arquivo digital diretamente para CLC a partir
de uma estação de trabalho gráfico.
Quando
usada como fotocopiadora padrão as copiadoras a laser fornecem o mais rápido
tempo de saída para imagens multicoloridas de qualquer tipo de aparelho para
gerar imagens para transferidores digitalmente. O tempo é o mesmo quando se
estiver produzindo a partir de arquivos digitais, mas você deve dar um tempo
adicional de processamento, que dependerá da velocidade e potência de sua
estação de trabalho gráfico.
Papéis
de transferidores para CLC são similares e em alguns casos idênticos aos papéis
para transferidor usados com impressoras de cera térmica. A temperatura
recomendada para aplicar transferidores de CLC oscila numa faixa de 325 a 375º F e varia de
acordo com o substrato a que o transferidor está sendo aplicado.
Como
os papéis de cera térmica e jato de tinta, a maioria dos papéis para CLC
permitem que as imagens sejam transferidas a quente apenas para tecidos de
cores claras (100% algodão, 100% poliéster, ou mistura de algodão/poliéster).
Organizando
suas opções
Se
você abraçou a tecnologia digital, aparelhos para transferência de imagens é
logicamente o próximo passo na evolução de seu negócio. Com um pequeno
investimento em materiais auxiliares, você pode fabricar transferidores a
quente com o equipamento que possui, incluindo impressoras a laser para
trabalhos monocromáticos e jato de tinta para os multicoloridos. Se você tiver
uma previsão de grande demanda em transferidores a cores de rápida fabricação,
pode escolher uma impressora mais cara como a de sublimação ou de cera térmica.
Ou, pode evitar o periférico de saída e simplesmente fazer a arte final que
será produzida em um papel transferidor de uma copiadora a laser colorida em
uma loja de cópias local.
Mas
você deveria também determinar o que você quer fazer dos transferidores que
você criou. Seriam eles aplicáveis a uma grande variedade de vestuários e
substratos duros e não porosos? Teriam eles alta resolução? Seriam eles gerados
rapidamente? Forneceriam uma camada fina? E não esqueça do custo por
transferidor. Estas considerações podem ajudá-lo como escolher entre
sublimação, cera térmica, jato de tinta e tecnologia CLC.
Você
deve pensar que pode evitar o assunto de “servicinhos rápidos”. Mas lembre-se a
maneira mais fácil de se manter competitivo é aumentar o número de clientes que
você serve. Os aparelhos digitais de saída para transferidores fornecem um meio
de aumentar os negócios ao atrair clientes que você previamente havia
descartado. E se você não os tem, a concorrência os terá.
Embora
todo o volume de produção e agito por que tem passado o segmento de Transfer
esteja sendo visto por quem acompanha as
feiras de serigrafia, a presença dessas empresas no mercado ainda pode ser
considerada tímida. Segundo pesquisa realizada pela editora Sertec
especializada em serigrafia no mês de setembro/98, apenas 8,1% das confecções
paulistas utilizam o Transfer como opção para a decoração de tecidos. Se
unirmos este número com o de empresas unicamente em Transfer, teremos uma
presença um pouco maior, mas que ainda não chega refletir o potencial que a
própria procura dos visitantes das feiras tem revelado.
Estes dados mostram que, embora o público já tenha se
dado conta das possibilidades criativas do Transfer, as empresas ainda não têm
recorrido à técnica com a constância de
que poderiam dispor para aumentar seus rendimentos.
Temos
concluído que as empresas de pequeno porte são as que mais têm contribuído para
o crescimento do segmento de Transfer no Brasil. Se tivéssemos uma procura que
fosse correspondente por parte das grandes empresas, o volume de negócios
gerado teria um crescimento surpreendente, fazendo com que houvesse um
aquecimento de mercado que beneficiaria a todos os envolvidos.
Embora
possamos identificar claras evidências de eu o segmento de empresas
especializadas em Transfer tendem a crescer nos próximos anos, não se trata de
uma realidade que possa ameaçar a posição das estamparias no que se refere à
decoração de tecidos.
Pelo
menos para os próximos anos podemos dizer que o Transfer deve permanecer como
uma opção diferenciada para este tipo de trabalho, ainda que sua presença deva ter
um destaque muito maior. Além disso o Transfer não representa uma concorrência
direta com as estamparias porque ambos respondem por processos e resultados
bastante diferentes.
A
estampa convencional tem a característica de apresentar um toque menor em
relação à tinta e na grande maioria dos casos, permite um custo também
reduzido. Isto ocorre por causa do próprio aspecto da tinta utilizada e seu
manuseio durante o processo.
Já
um Transfer plastisol, por exemplo, permite a reprodução de detalhes bem mais
nítidos. Isto se o seu
desenvolvimento respeitar todos
os critérios de qualidade exigidos para um bom resultado, como o uso de uma malha mais fechada.
Um
outro fator positivo que se relaciona ao Transfer é que a empresa não terá
desperdício de peças produzidas quando um desenho específico sair da moda. Isto
se deve graças ao fato de que a estampa é impressa em um papel especial e só
será transferida para uma camiseta, por exemplo, quando houver demanda. Se um
cliente pede 50 camisetas com determinado desenho, só então você começara o
processo de transferir a imagem para o exato número de peças encomendadas.
Antes e depois disto, você não terá seus estoques repletos de camisetas estampadas
esperando por um comprador, pois tudo o que você poderá ter guardado é a única
folha de papel em que está a imagem impressa.
Para quem quer produzir transfers serigráficos
O primeiro caminho é saber que tipo de material
receberá a decoração por meio de Transfer. Mesmo se a resposta for tecido é
importante saber quais as suas principais características, ou seja, saber se o
tecido é de algodão, poliéster, etc.
Caso
você ainda não tenha comprado a prensa para a transferência, espere. Procure,
inicialmente, comprar a base para impressão (papel ou filme) e a tinta adequada
ao tipo de Transfer desejado. Em seguida, produza alguns Transfers seguindo basicamente, as orientações dos
fornecedores, ou mesmo dos fabricantes de tinta, quando isto for possível.
Geralmente, os boletins técnicos de uma tinta indicam quais os tipos de malha,
rodo, diluição, secagem, etc.
Feito
isto, entre em contato com a revenda de prensas e verifique a possibilidade de
conhecer o equipamento, testando-o nas suas próprias condições de trabalhar (por exemplo: uma camiseta
meia-malha).
Finalmente
faça testes de lavagem, respeitando antes algumas orientações do fabricante e
verifique se irá atingir suas necessidades.
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