terça-feira, 3 de dezembro de 2013

TAMPOGRAFIA "O ALIADO DA SERIGRAFIA"


     PRINCÍPIO DE IMPRESSÃO TAMPOGRÁFICA

A Tampografia é um processo de impressão indireta e encavográfica (baixo-relevo) que consiste na transferência de tinta do clichê (matriz) para a peça a ser decorada através do tampão. Primeiramente a tampografia era vista como uma arte de simples decoração e hoje se tornou um sistema de impressão capaz de imprimir em superfícies irregulares, côncavas, convexas, planas, etc. Sua grande vocação é para as impressões de pequenas áreas, mas com os avanços tecnológicos da tampografia e de seu desenvolvimento a nível industrial, é possível a impressão em áreas de até 300 x 300 mm.
Este processo tem sido um forte aliado da sergrafia, permitindo que impressores consigam sem muita dificuldade imprimir em objetos irregulares.







                        PARÂMETROS QUE INFLUENCIAM DIRETAMENTE NA QUALIDADE

Para que a impressão final tenha qualidade é necessário que a gravação do clichê seja perfeita, pois este é um dos itens mais importantes no processo de impressão tampográfica.


A garantia de um clichê com gravação de qualidade começa com a arte final.
O profissional responsável pela criação das imagens deve possuir conhecimentos específicos deste processo, como tipos de retículas, lineaturas de retículas, máximas e mínimas do percentual de cobertura reproduzíveis pelo processo. Além de possuir conhecimentos específicos de seleção de cores para tampografia.

Para produzir-se uma arte final é ideal ter-se um desenho técnico do logotipo, mas com um arquivo digital é possível realizar a arte final.
Atualmente existem duas formas de gravação de clichês, o sistema digital e o convencional.  No sistema digital utilizamos equipamentos de gravação a laser em metal, já no convencional utilizamos o filme (fotolito) para gravar os clichês.

O fotolito é um filme que será utilizado para a revelação do clichê. Caso a impressão desejada tenha mais de uma cor, deve-se determinar com precisão o registro das cores na imagem. Sugere-se que o fotolito tenha sempre o contorno do clichê demarcado, isto garante um perfeito posicionamento. 

A gravação do clichê é feita por processo fotoquímico, sua profundidade de gravação varia de 18 a 30 mícron. A nitidez da impressão diminui à medida que a profundidade aumenta.



TIPOS DE CLICHÊS

Aço temperado: tiragens de um milhão de peças ou mais. Com uma espessura de 10 mm pode ser retificado e regravado de 3 a 10 vezes (dependendo do tipo de tinteiro e da profundidade da gravação existente). O material base deste tipo de clichê é o aço VND temperado com superfície retificada, sua dureza varia de 58 a 64 RC. Para as máquinas da tecnologia de lâmina esse tipo de clichê pode utilizar as lâminas flex e rígida, somente deve ser trocado o aparador do conjunto raspador.

Flex: para tiragens de 30 a 100 mil impressões. O material base é aço temperado, porém sua espessura é de apenas 0,5 mm. O que não permite que seja retificado e regravado. Em conjunto com o clichê flex deve ser utilizado uma base para a fixação do mesmo. Para as máquinas da tecnologia de lâmina esse tipo de clichê pode utilizar somente a lâmina flex, caso contrário o clichê será danificado.

Nylon: para tiragens até 20 mil impressões. Sua qualidade de gravação é um pouco inferior à do "aço temperado" e do "flex".


 TAMANHOS DE CLICHÊS

Os tamanhos de clichês variam de acordo com:
•       Modelo da máquina

•       Tipo de tinteiro



UTILIZAÇÃO DO CLICHÊ

A vida útil do clichê é determinada por:



    TIPOS DE TINTAS

·         Monocomponente
Este tipo de tinta seca por evaporação dos diluentes, finalizando seu processo de cura (secagem final da tinta) no substrato (peça impressa). O tempo de cura deste tipo de tinta é de 24 horas. Só então se aconselha realizar testes de aderência.

·         Bicomponente
Este tipo de tinta exige catalisador para aumentar sua resistência mecânica, ou seja, para aumentar as propriedades de aderência da tinta ao substrato. Este tipo de tinta só deve ser adquirido juntamente com seu respectivo catalisador. Seu tempo de cura é de 72 horas. Só então se aconselha realizar testes de aderência.

 
                               PREPARAÇÃO DAS TINTAS

1. Monocomponentes: Devemos separar num copo descartável (de papel branco com filme em polietileno), a quantidade de tinta necessária de acordo com a capacidade do tinteiro. Adicione o diluente até atingir a viscosidade ideal (aproximadamente 10% de diluente).

2. Bicomponentes: Devemos separar num copo descartável, a quantidade de tinta necessária, adicione o catalisador na proporção de 10% ou de até 20% do "peso" da tinta. Misture bem e somente então, adicione o diluente até atingir a viscosidade ideal (aprox. 18% de diluente). Nunca bata a tinta, pois isto pode provocar a formação de bolhas de ar na tinta.

Nota: A quantidade ideal de adição de catalisador em tintas bicomponentes é de 10%. Entretanto, em alguns casos pode ser necessário a adição de até 30% de catalisador. Esta quantidade não deve ser maior, pois caso contrário a tinta não completará seu processo de catalisação. Além disso, quanto maior a quantidade de catalisador utilizada, menor será a vida útil da tinta no tinteiro, pois a tinta endurecerá.

3. Diluentes: Em tampografia, os produtos que são utilizados para diluir a tinta são denominados "diluentes". Em serigrafia, diluente e solvente são a mesma coisa.

O diluente auxilia na aderência da tinta, pois ele "ataca" peças plásticas e faz com que a tinta "ancore" sobre a peça.
O diluente possui várias composições. Cada tipo de plástico é atacado por um determinado tipo de diluente.
Geralmente, sabendo-se o material base da peça, determina-se o tipo de diluente correspondente.

A evaporação do diluente é algo muito importante. Alguns deles possuem evaporação lenta e outros evaporação rápida.
Os diluentes de evaporação lenta devem ser utilizados em tintas para impressão em produtos de difícil aderência, pois ao sofrerem um processo lento de evaporação os mesmos permanecem um maior tempo em contato com o produto.

Já os diluentes de evaporação rápida (inclusive no tinteiro) devem ser utilizados quando for necessário uma secagem imediata, permitindo um leve toque na impressão sem que a mesma seja afetada.

4. Retardadores: Os retardadores são diluentes com evaporação lenta. Eles devem ser utilizados em conjunto com o diluente da tinta.
Os retardadores controlam a evaporação fazendo com que a secagem da tinta no tinteiro e a secagem da tinta na peça sejam mais lentas, porém sem afetar o tempo de cura da tinta.

5. Catalisadores: Os catalisadores são partes integrantes das tintas Bicomponentes. Cada catalisador possui uma tinta específica.

6. Solventes: Os solventes são produtos para limpeza. Não devem ser utilizados na tinta. Sua utilização está restrita a limpeza do tampão, recuperação de peças mal-impressas, limpeza de todas as peças e acessórios da máquina que entram em contato com a tinta.

·                                        TRATAMENTO DE SUPERFÍCIE  / PÓS-IMPRESSÃO:

           Especialmente indicado para tratar peças de metais e vidro.
          Através deste método, as peças, depois de impressas, são submetidas           a altas temperaturas (60° - 150° C). O calor faz com que a secagem e           o tempo de cura da tinta sejam acelerados além de proporcionar um               aumento nas propriedades de aderência.

·                                      TESTES DE ADERÊNCIA

 Há várias formas de testar-se a qualidade de aderência da tinta no  substrato. Estes testes só devem ser feitos após completo o tempo de  cura da tinta (monocomponente - 24h / bicomponentes - 72h). Conheça  abaixo as formas mais utilizadas:

·                                     Raspagem - raspa-se a superfície onde a tinta foi aplicada com a unha           ou com qualquer outro objeto.

·                               Aderência - aplica-se uma fita de durex (diversos tipos disponíveis no                mercado) e puxa-se a mesma no sentido oposto ao da peça.

·                             Grade - risca-se a tinta no sentido vertical e horizontal (medida de 1              mm) "cortando-se" a tinta e o substrato. Aplica-se e retira-se o durex            conforme descrito acima. Avalia-se então se o percentual de tinta                  destacada        do substrato é aceitável.

·                                   Álcool- passa-se um tecido de 450g de peso, embebido em álcool sobre          a área onde a tinta foi aplicada. Esfrega-se o tecido sobre a tinta                  quantas        vezes forem necessárias para garantir que o percentual              e tinta                     destacada do substrato é aceitável.

Outros Produtos Químicos - Podem ser utilizados de acordo com as exigências individuais de cada cliente.

TAMPÃO
O tampão é utilizado para transferir a tinta do clichê para a peça que se pretende imprimir. Ele é composto de borracha de silicone, óleos de silicone e outros componentes.



 

Dessa forma os tampões são flexíveis e geralmente fabricados num formato pontiagudo, existindo dos mais variados tamanhos, formatos e durezas. A dureza do tampão é determinada em shores, e ela varia entre 8 e 18 shores, sendo essa escala do menos duro para o mais duro.

A dureza do tampão pode ser especificada no momento do pedido, caso não seja especificado, fornecemos na dureza de 12 shores. A superfície do tampão deve ter uma moldagem perfeita para garantir que a transferência da tinta ocorra sem irregularidades.

Para garantir qual o modelo de tampão mais adequado e sua respectiva dureza deve se levar em consideração: impressão a ser feita e o formato da peça. Uma vez que a combinação entre a legenda e o modelo da peça pede um tampão diferente, devido que o modelo incorreto pode levar a uma impressão sem a qualidade desejada.

Tampões com mais massa evitam, por exemplo, deformações na legenda. Uma vez que quanto maior o volume do tampão, menor será a distorção da imagem.

Tampões com maior dureza tendem a ter melhor resultado para legendas com maior riqueza de detalhes, e com menor dureza tendem a se amoldar melhor em peças de superfície irregular.

·                               Tipos de tampões:

Temos tampões com dois tipos de matéria prima: silicone de tonalidade rosada, e outro, branco. A diferença entre eles é a resistência mecânica e o preço.

·                                Conservação dos tampões:

A limpeza, a utilização e a armazenagem devem ser feitas de formas adequadas. Para prolongar a vida útil do tampão, sugerimos:

O tampão tem uma oleosidade própria de sua matéria prima. Quando novo o solvente de limpeza permite a retirada da oleosidade do tampão sem que a sua composição seja alterada.

·                                  Procedimento de limpeza: 

           Um pedaço de papel absorvente deve ser     embebido com solvente e            passado levemente no tampão. Em seguida, devem-se imprimir com o            tampão algumas vezes sobre um papel comum para que o excesso do             solvente seja retirado. Este solvente é indicado

Com o tempo de uso, o tampão pode apresentar acúmulo de resíduos das peças que imprimiu. Neste caso, limpá-lo com fita adesiva comum. Pegar uma fita adesiva larga e utilizá-la para a remoção do excesso de tinta.

Para aumento da vida útil do tampão, tenha sempre no mínimo 2 unidades deste acessório. Intercale os dias de utilização dos mesmos.
Armazene-o limpo (sem resquícios de tinta) em local limpo e fora da embalagem

Isto garantirá que a sua qualidade permaneça inalterada e utilize o fluído para tampão fornecido geralmente pelo fabricante, ao término da produção.

Não armazene o tampão por mais de 3 meses. Após este prazo, adquira um novo tampão para garantir que sua impressão não seja prejudicada.

 TINTEIROS

·         Tinteiro Selado Monocolor ou Bicolor

Revolucionário sistema que equipa opcionalmente as impressoras Tampográficas. Trabalhando sem lâminas, mantém a tinta selada em um reservatório hermético proporcionando:

- Evaporação de solvente praticamente inexistente.
- Grande economia de tinta nas trocas e limpezas.

- Grande estabilidade na viscosidade da tinta.
- Possibilidade de grandes intervalos entre impressões (até semanas).
- Dispensa a limpeza da máquina ao final do período produtivo (com tintas monocomponentes não agressivas). 

- Possibilidade de imprimir 2 cores não intercaladas com um só tampão e clichê.
- Dispensa os ultrapassados dosadores de diluente.






 





4 comentários:

  1. Sou aluna de Publicidade e Propaganda e este semestre tenho um trabalho sobre embalagens plasticas, gostaria de saber se pode me ajudar, preciso explicar como é feita a impressão direta em garrafas plasticas, como a garrafa plastica retornável da coca-cola, pesquisei algumas informações e estou em duvida se o processo de impressão é a tampografia ou serigrafia, e em relação custo/beneficio, qual forma de impressão a coca utiliza?

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  2. Bom dia Dr. Silk
    Achei seu artigo pesquisando mais sobres os processos serigráficos, trabalho em uma empresa de cosméticos e atualmente estamos com a intenção de trazer para a empresa esse processo que até então terceirizamos, pela minha pesquisa vi que os dois processos nos atenderia, tanto a Tampografia quanto a serigrafia, e junto a um dos dois integraríamos o hot stamping, porém não achei nada sobre os custos gastos com esses processos para escolher o que mais vale a pena, poderia me ajudar com essa informação? Obrigado!

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  3. Olá! Trabalho com tampografia, e nos proximos dias estarei utilizando a serigrafia tambem. minha pergunta é:
    Eu tenho em estoque varias tintas para tampografia da Kent e gostaria de saber se posso utilizar as mesmas tintas em serigrafia, especificamente em impressao cilindrica em Poliestireno ( copos, taças, canecas ) ou seja, aproveitar as que tenho aqui em estoque.

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  4. Informações detalhadas, facilmente compreensíveis.

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