POSIÇÃO ESPECTRAL CORRETA
A luz
comporta-se como um trem de ondas geradas num campo eletromagnético,
propagando-se uniformemente em todas as direções a partir da fonte geradora. A
distância de uma onda até outra é chamado de comprimento de onda, cuja medição
é o nanômetro (nm). A extensão de luz visível fica entre 380 a 780 nanômetros.
Comprimentos de ondas diferentes apresentam impressões de cores diferentes
(vermelho via alaranjado, amarelo, verde e azul até o violeta). A combinação de
comprimentos de onda das diferentes cores do espectro determinam o índice de
reprodução de cores da fonte luminosa com esquema colorido.
Cores do espectro visível
|
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Cor
|
Comprimento de onda
|
Freqüência
|
~ 625-780 nm
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~ 480-405 THz
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~ 590-625 nm
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~ 510-480 THz
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~ 565-590 nm
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~ 530-510 THz
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~ 500-565 nm
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~ 600-530 THz
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~ 485-500 nm
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~ 620-600 THz
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~ 440-485 nm
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~ 680-620 THz
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~ 380-440 nm
|
~ 790-680 THz
|
A posição espectral de uma
lâmpada é determinada pelo tipo de irradiação que essa lâmpada emite. Para ação
sobre as camadas fotosensíveis, devido ao tipo de sensibilidade dos
sensibilizantes, a posição espectral correta é a que vai de 390 a 450 nm, entre
os azuis e os violetas.
TEMPERATURA DE COR
Expressa a aparência de cor da luz emitida pela fonte de luz. A sua unidade
de medida é o Kelvin (K). Quanto mais alta a temperatura de cor, mais clara é a
tonalidade de cor da luz. Quando falamos em luz quente ou fria, não estamos a
referirmo-nos ao calor físico da lâmpada, mas sim à tonalidade de cor que ela
apresenta ao ambiente.
CUSTO VIÁVEL
A grande maioria dos serígrafos
se defronta com os problemas de custo quando falamos de uma fonte de luz ideal.
Na realidade, esses problemas de custos são ocasionados pela falta de
conhecimentos dos diferentes tipos de lâmpadas, suas características e suas
aplicações.
Podemos analisar o custo das
lâmpadas por um determinado prisma que impossibilita a muitos serígrafos a
aquisição desses equipamentos. Podemos citar, como exemplo, a fonte de luz mais
moderna e eficiente encontrada hoje no mercado serigráfico brasileiro, a fonte
halogêneo metálico.
Esse tipo de fonte de luz apresenta um custo muito elevado,
entretanto, é uma fonte de luz que apresenta uma série de características de
funcionamento que justificam o seu preço. Agora, como fará o pequeno serígrafo
que não dispõe desse capital? É evidente que com outras fontes de luz o
serígrafo não poderá contar com os recursos de uma fonte de luz como a que
citamos anteriormente, entretanto, poderá optar por outras lâmpadas sem os
mesmos recursos com excelentes resultados de confecção de matrizes (matrizes
perfeitas).
COMO IDENTIFICÁ-LA?
Para que saibamos como
identificar a fonte de luz para nossas matrizes serigráficas é importante
conhecer o funcionamento dos diferentes tipos de lâmpadas e com isso poder escolher a
melhor pelo menor custo.
LÂMPADAS
As lâmpadas dividem-se
essencialmente em dois grandes grupos: lâmpadas de incandescência e lâmpadas de descarga.
São vários os tipos de lâmpadas
fabricadas para diferentes fins de iluminação e fins técnicos. As principais
são:
1)
LÂMPADAS
INCASDESCENTES
Constituem-se da
luz artificial mais comum. Cada lâmpada consta de um filamento suspenso em uma
ampola de vidro (bulbo). O filamento é levado à incandescência pela passagem de
corrente elétrica. Sua oxidação é evitada pela presença de gás inerte ou vácuo,
dentro do bulbo que contém o filamento. O filamento se esquenta pela corrente
elétrica até que alcança a máxima temperatura e se põe incandescente.
A luz emitida se
mantém muito constante, exceto algumas flutuações de intensidade e distribuição
espectral devido à variação na corrente e a perda gradual da capacidade da
lâmpada com o transcurso de tempo.
Dentre as
lâmpadas incandescentes podemos destacar alguns tipos:
1.1) LÂMPADA
INCANDESCENTE COMUM
É o tipo de lâmpada de iluminação comum. Não deve ser
aplicada em emulsões fotosensíveis, pois sua posição espectral é muito pobre em
radiações ultra-violeta, por melhor que seja seu rendimento luminoso.
É importante que o serígrafo entenda que não basta a
fonte de luz possuir um fluxo luminoso muito grande se não possuir uma posição
espectral dentro das radiações ultra-violeta. Dessa forma, não adiantará usar
uma lâmpada incandescente comum de 500 Watts que ela não irá resolver os
problemas de qualidade de matriz.
1.2) LÂMPADA
FOTO FLOOD
Foto flood ou lâmpada super voltada, à qual se aplica uma
voltagem superior ao que lhe corresponderia para que tivesse uma duração
grande. Como conseqüência o filamento trabalha a uma temperatura e emite uma
luz excepcionalmente intensa. Não querendo dizer com isso que sua posição
espectral seja a melhor. A duração, devido à super voltagem, resulta muito
reduzida.
Existem lâmpadas com diferentes tempos de vida; 20 horas, 30 horas,
etc., dependendo do fabricante da mesma. São lâmpadas que tem uma posição
espectral azul, correspondendo a uma temperatura de cor de 3.400 K.
1.3) LÂMPADA
HALÓGENA
Esta fonte de luz, denominada geralmente iodo-quartzo ou
iodo-tungstênio, é basicamente uma lâmpada de incandescência com uma duração de
1.000 horas. Seu filamento de tungstênio não está contido em uma ampola de
vidro a vácuo e sim está rodeado por um tubo de quartzo; sílica, combinação do
silício com o oxigênio.
Deste modo o filamento pode trabalhar a uma temperatura
muito mais elevada. Mesmo a luz emitida tendo a mesma característica que a da
lâmpada incandescente comum. Em primeiro lugar, a ação interna da lâmpada
melhora a emissão, tanto para a temperatura de cor 3.000 K como para a
intensidade luminosa. Segundo, é uma luz eficaz e econômica, pois sua duração é
mais longa.
Pode ser
empregada em confecção de matrizes serigráficas com resultados satisfatórios,
entretanto não atingindo o máximo de qualidade, pois sua posição espectral não
atinge com precisão os raios ultra-violeta. É uma lâmpada considerada em termos
práticos quase igual à foto-flood nos casos de matrizes serigráficas,
entretanto, não deverá ser aplicada para emulsões diazóicas e fotopoliméricas que exigem uma
radiação ultra-violeta pura.
2) LÂMPADA FLUORESCENTE
É o tipo de lâmpada que se baseia no princípio de
descarga. Trata-se de um tubo de vidro com gás e uma pequena quantidade de vapor de mercúrio. Ao passar a corrente, o
vapor emite radiações ultra-violeta que excitam as substâncias fosforescentes
que cobrem a parede interior do tubo. Essas lâmpadas também são chamadas de vapor de mercúrio de baixa pressão.
A fosforescência produzida converte as radiações
invisíveis ultra-violeta em luz visível, cuja posição espectral depende da
substância fosforescente empregada. Neste caso, a composição espectral não é
uma emissão de ultra-violeta suficiente para atingir a sensibilidade total dos
sensibilizantes empregados nas emulsões serigráficas.
Mesmo tendo um fluxo
luminoso bom, a luz fluorescente não apresenta os melhores resultados na
confecção de matrizes.
3)
LÂMPADA
VAPOR DE MERCÚRIO
Esta consiste em
um tubo de vidro com mercúrio em seu interior e um eletrodo em cada extremo. Ao
acender a lâmpada, a corrente que passa de um eletrodo ao outro vaporiza o
mercúrio. Este vapor emite uma radiação cujo espectro está nas radiações
ultra-violeta.
Apesar de ser
uma fonte rica em raios ultra-violeta possui o inconveniente de tempos de
exposição mais prolongados comparada a outras fontes mais modernas, como é o
caso das halogêneas metálicas.
Também
requerem um período de aquecimento antes de alcançar a mesma eficácia,
misturado a isso, a lâmpada não pode ser acesa pela segunda vez até que não
esteja fria de tudo. São lâmpadas de
descarga que necessitam de reatores especiais para seu funcionamento.
4)
LÂMPADA
DE HALOGÊNEO METÁLICA
A constituição
das lâmpadas de halogêneo metálico é similar às de vapor de mercúrio de alta
pressão. O recipiente do tubo de descarga é também de cristal de quartzo de
forma tubular, com um eletrodo em cada extremo, no qual se deposita um material
emissivo de elétrons, geralmente óxido de tório.
São lâmpadas que
em si são de vapor de mercúrio a alta pressão com a particularidade de conter,
além do mercúrio, halógenos de terras raras, olmio e túlio, conseguindo-se com
eles rendimentos luminosos mais elevados.
Essas lâmpadas pelas suas características, são ideais para gravação de matrizes com emulsões diazóicas e fotopoliméricas. O único inconveniente, é o seu elevado custo. Pois além do elevado custo da lâmpada, temos também, o custo dos demais componentes elétricos que são necessários para o seu funcionamento (reatores, transformadores, capacitores, reles, etc)
Essas lâmpadas pelas suas características, são ideais para gravação de matrizes com emulsões diazóicas e fotopoliméricas. O único inconveniente, é o seu elevado custo. Pois além do elevado custo da lâmpada, temos também, o custo dos demais componentes elétricos que são necessários para o seu funcionamento (reatores, transformadores, capacitores, reles, etc)
5)
LÂMPADA
VAPOR DE MERCÚRIO DE ALTA PRESSÃO
São lâmpadas com
posição espectral definida nas radiações ultra-violeta . É uma fonte que também
pode ser considerada ideal para camadas fotosensíveis.
Não podemos
confundir a lâmpada de vapor de mercúrio com as lâmpadas de vapor de mercúrio
mistas, que nesse caso, são lâmpadas de descarga e incandescentes ao mesmo
tempo, por isso, são chamadas de mistas. A luz mista não é apropriada para
camadas fotosensíveis.
A lâmpada de vapor de mercúrio ideal é aquela com bulbo
transparente, pois as de bulbo branco são lâmpadas em que o vidro foi revestido
com produtos para filtrar os raios ultravioletas e aumentar o rendimento
luminoso. No caso de matrizes serigráficas necessitamos exatamente dos raios
ultra-violeta puros que essa fonte produz quando tem bulbo transparente.
6)
LÂMPADA
XENON
Neste caso, o
meio interno, onde se produz a descarga elétrica, é de gás xenônio, sendo que a
cor da luz produzida coincide com a luz do dia. Em alguns casos, a fonte de luz
consta de um tubo helicoidal de vidro puro, com duas a seis espirais.
São lâmpadas ricas em emissão ultra-violeta. Podem ser usadas para gravação de emulsões diazóicas e fotopoliméricas, conferindo alta qualidade na resolução das áreas de grafismo das telas serigráficas.
São lâmpadas ricas em emissão ultra-violeta. Podem ser usadas para gravação de emulsões diazóicas e fotopoliméricas, conferindo alta qualidade na resolução das áreas de grafismo das telas serigráficas.
7) LÂMPADA
VAPOR DE MERCÚRIO MISTA
Estas lâmpadas,
ao mesmo tempo incandescentes e a vapor de mercúrio, são constituídas de um
tubo descarga de mercúrio, ligada em série com um filamento de tungstênio. Este
filamento, além de funcionar como fonte de luz, age como resistência, limitando
a corrente elétrica da lâmpada.
Tem duas grandes
vantagens sobre as lâmpadas de vapor de mercúrio comum. Não necessitam de
reator e podem ser aplicadas simplesmente sem necessitar de adaptação.
No início do
funcionamento é acesso o filamento incandescente e aos poucos o mercúrio é
vaporizado, iniciando-se o processo da iluminação por meio do vapor de
mercúrio. A luz possui uma coloração branco-azulada, agradável a visão e de
ampla aplicação em iluminações externas. podendo ser usada na gravação de matrizes serigráficas.
8)
LÂMPADA
VAPOR DE SÓDIO
Tal como as
lâmpadas de vapor de mercúrio, também utiliza o princípio da descarga através
do vapor de sódio. Essa lâmpada é mais usada na iluminação de auto-estradas,
aeroportos, portos e outros espaços públicos onde a acuidade visual seja muito
importante, mas onde não haja necessidade de conseguir distinguir com perfeição
as diferentes cores.
Essas lâmpadas
emitem luz na cor alaranjada dourada. Portanto, não devem ser usada para gravação
de matrizes serigráficas.
VIDA ÚTIL DAS LÂMPADAS
|
||
TIPO
|
TEMPERATURA DE COR
|
HORAS
|
INCANDESCENTE
|
2.700 K
|
1.000
|
FLUORESCENTE
|
4.000 K
|
8.000
|
FOTOFLOOD
|
3.400 K
|
60
|
HALÓGENA
|
3.000 K
|
1.000
|
VAPOR DE SÓDIO
|
2.200 K
|
24.000
|
VAPOR DE MERCÚRIO
|
5.000 K
|
10.000
|
VAPOR DE MERCÚRIO DE ALTA
PRESSÃO
|
5.500 K
|
1.000
|
HALOGÊNEO METÁLICA
|
6.000 K
|
1.000
|
VAPOR DE MERCÚRIO MISTA
|
4.000 K
|
7.000
|
QUAL A MELHOR E COMO ADQUIRÍ-LAS?
Antes de analisarmos uma a uma é importante esclarecer quais os
problemas que as lâmpadas que não possuem radiações ultra-violeta podem
apresentar nas matrizes serigráficas.
Tomando como princípio que a radiação ultra-violeta proporciona à
matriz serigráfica resistência perfeita e corte exato (definição) podemos
concluir que a ausência dessa radiação ultra-violeta causa efeitos contrários,
como é o caso de: pouca resistência, pouca definição, perda de detalhes e,
fatalmente, trabalhos com pouca qualidade.
Com a exposição da emulsão a raios comuns, não acontece a reação
química com precisão, o endurecimento da emulsão fica fraco ou excessivo. Dessa
forma, pouca exposição deixará a emulsão pegajosa e sem resistência, provocando
os problemas de escorrimento (velatura) nas áreas não desejadas.
Muita
exposição para fazer com que as radiações da luz atinjam toda a extensão da
emulsão provocará endurecimento excessivo ocasionando perda de detalhes e da
definição dos traços. Para obter traços perfeitamente definidos e emulsão
perfeitamente resistente é necessária a utilização de lâmpadas com emissão de
raios ultra-violeta.
As emulsões mais modernas com
fotopolímero e diazo só devem ser expostas com fonte de luz rica em luz
ultra-violeta (350 a 450 nm). As lâmpadas de: vapor de mercúrio de alta
pressão, halogêneo metálicas e xenon são as mais recomendadas. Porém, são as
que exigem maior investimento por parte dos serígrafos.
ONDE ADQUIRÍ-LAS?
As fontes de luz mais difíceis de
serem encontradas no mercado comum são as fontes com características técnicas
mais definidas como é o caso das halogêneo metálicas, xenon, entretanto são
fontes encontradas em empresas distribuidoras de lâmpadas especiais nacionais e
importadas.
As lâmpadas fotoflood da GE são
comercializadas em lojas de revenda de material serigráfico. Já as outras
lâmpadas podem ser encontradas e procuradas em lojas especializadas em
materiais elétricos pela mesma denominação usada nesta postagem.
Antes de utilizar qualquer tipo
de luz, é importante avaliar sua potência, voltagem e condições de uso, para
não incorrer em problemas futuros, pois a maioria das lâmpadas que podem ser
usadas nas emulsões serigráficas para obtenção de qualidade não são lâmpadas
baratas.
Muito bom o artigo, gostaria de saber sobre revelação com lâmpadas de led, pois não mostra nos comparativos
ResponderExcluirCaro Professor,
ResponderExcluirAgradecendo pela valiosa informação sobre essas lampadas. Rico esclarecimento!!
Na decada de 80 e 90, trabalhava com programação assembler em microcomputadores e sempre necessitava apagar memorias Eproms, que necessitavam de ultravioleta. Como os recursos para comprar material eram escassos, principalmente entre alunos, usavamos a lampada de mercurio de 80W, com o bulbo cortado por um vidreiro. Essa ultravioleta pode ser usada um serigrafia? Não trabalho com serigrafia, sou da area de eletronica e as vezes, necessita-se confeccionar um painel para equipamento, de forma artesanal, só para protótipos.
Mais uma vez, obrigado pela atenção !!
Ismar Russano