quarta-feira, 27 de junho de 2012

GEOMETRIA DOS TECIDOS PARA SERIGRAFIA




A geometria do tecido descreve todos os aspectos bidimensionais ou tridimensionais da sua estrutura. Os fatores básicos na geometria dos tecidos são o número de fios e o diâmetro do fio. A contagem da malha (lineatura) é especificada como o número de fios por cm.
Ao selecionar um tecido para uma determinada aplicação, a geometria do mesmo é mais importante do que a sua elasticidade.


A geometria do tecido afeta diretamente:

• A impressão de linhas finas e a impressão de meios tons;
• A definição de contornos;
• As características de passagem da tinta;
• A velocidade máxima de impressão (junto com a viscosidade da tinta);
• A espessura da camada de tinta;
• O consumo de tinta;
• A secagem da tinta.

Os seguintes valores, listados em planilhas de dados técnicos, tais como:

·         abertura da malha em mícron, simbolizado por (w);
·         Abertura da malha em %, simbolizado por (ao);
·         Espessura da malha (espessura do tecido) em mícron, simbolizado por (D);
·         Volume de tinta teórico em cm3/m2, simbolizado por (Vth).




São derivados do número de fios (Fn) e do diâmetro do fio (d).
A unidade geométrica fundamental é o pitch (t).
Pitch (t) corresponde à soma da abertura da malha com o diâmetro do fio (t = w + d).
Este valor é calculado da seguinte forma: t = 10'000/Fn.

A superfície plana de um tecido é o resultado do entrelaçamento dos fios de trama e urdume. Um tecido de alta qualidade é caracterizado por tolerâncias extremamente estreitas quanto ao número de fios (fn) nas direções de urdume (Fnk) e trama (Fns).
Geralmente os produtos oferecem as tolerâncias mais próximas para a geometria do tecido; estes dados estão publicados nas planilhas de dados técnicos dos fabricantes de tecido.


NÚMERO DE FIOS E DIÂMETRO DO FIO

O termo "tipo de malha" ou " número do tecido" é uma combinação do número de fios (Fn) por 1 cm ou 1 polegada mais o diametro do fio dn (Fn-dn).

Exemplo: 120-34 indicam 120 fios por cm, cada um com um diâmetro nominal de 34 mícron.

O diâmetro nominal do fio se refere ao diâmetro do fio não tecido.
O "tipo de malha" é um termo relativamente novo que substitui a difundida nomenclatura SL/ S/ M/ T/ HD.


DESCRIÇÃO DO TIPO DE MALHA

Nomenclatura antiga x Nomenclatura nova

120 S   = 120-31
120 T   = 120-34
120 HD = 120-40
150 SL  = 150-27

Descrição do tipo de malha

W         = White = (Branco)
Y          = Yellow (Amarelo)
CY        = spun dyed, yellow (tingido, amarelo)
PW       = Plain Weave (Ligamento tafetá)
TW       = Twill Weave (Ligamento sarja)
OSC      = One Si de Calendered (Um Lado Calandrado)


  
TABELA  TÉCNICA DE TECIDO DA SEFAR





LIGAMENTO

O tipo de malha é especificado junto com o ligamento. Isso descreve o padrão segundo o qual os fios de trama e urdume são entrelaçados e é expresso como um número de ligamento. Os tecidos para serigrafia apresentam um ligamento tafetá lisa ou de sarja. A textura tafetá corresponde a um ligamento 1 :1. Vários tipos de ligamento de sarja apresentam números diferentes de textura, como por exemplo 1:2 ou 2:2.



LIGAMENTOS



ABERTURA DA MALHA

A abertura da malha (w) corresponde ao espaçamento entre os fios de trama e urdume e é medida perpendicularmente ao plano do tecido.

A abertura da malha define: O tamanho máximo da partícula de tinta a ser usada na impressão serigráfica

A abertura da malha afeta:

• O nível de detalhe impresso na linha e nas impressões de meio tom;
• As características de passagem da tinta;
• A espessura da camada de tinta.

  

Nota: Para uma penetração adequada da tinta, o tamanho médio da partícula de tinta nas impressões serigráficas deve ser inferior a 1/3 da abertura da malha.



SUPERFÍCIE LIVRE (ÁREA DE ABERTURA DA MALHA EM %)

Corresponde à quantidade em % de todas as aberturas de malha em relação à superfície total do tecido. Um tecido com a Superfície livre de 30.5% possui uma superfície livre igual a 30.5% e uma superfície fechada igual a 69.5%.




VOLUME TEÓRICO DE TINTA

Este valor é calculado em função da superfície livre e da espessura da malha. O volume das aberturas de malha define a quantidade efetiva de tinta que um tecido para serigrafia pode aceitar. O volume efetivo de tinta calculado é superior, mas proporcional, ao volume teórico de tinta.
Sob condições reais, o grau de tinta existente no tecido depende da velocidade do rodo, das características da lâmina do rodo - dureza, ângulo e acabamento e da consistência da própria tinta. Devido às dificuldades de se calcular um valor baseado em tantas variáveis, é oferecida uma alternativa mais prática para a determinação do consumo de tinta e da espessura do volume impresso.




Dado um preenchimento de tecido ótimo e uma passagem de tinta limpa, a espessura do depósito de tinta fresca pode ser estimada a partir do volume teórico de tinta.
O volume teórico de tinta da malha fornece indicações para aplicações em úmido, como também para o cálculo do consumo de tinta.

Exemplo:
Uma tinta com 60% de material sólido, impressa em poliéster 77 /48 produz uma aplicação em úmido de 28 cm3/m2 que correspondem a uma espessura de 28 micron. Durante o processo de secagem, 40 % do solvente é evaporado. A espessura da camada de tinta restante é de apenas 17 mícron.





Na impressão reticulada de quatro cores, deve-se tomar cuidado para que a espessura da matriz sobre a malha não exceda 3-5 mícron.





sexta-feira, 15 de junho de 2012

CONFECÇÃO DE MATRIZES DE ALTO RELEVO/MATRIX HIGH RELIEF - 2ª PARTE



EXPOSIÇÃO À LUZ (GRAVAÇÃO DA IMAGEM)

Observar os seguintes fatores:

- Diapositivos: Evitar a utilização de “Laser Film” – filmes de poliéster translúcidos. Utilizar somente filmes fotográficos transparentes. As áreas escuras devem ter boa opacidade para bloquear completamente os raios de luz. As demais áreas devem ser transparentes e livres de sujeira ou poeira, para evitar a retenção de luz e o aparecimento de furos na matriz fotografada.
Utilizar fotolitos com resolução mínima de 1.200 dpi’s, para não prejudicar a definição da imagem impressa. Posicionar o positivo sobre o lado externo da matriz e fixar com fita adesiva transparente. A camada fotográfica do positivo (lado preto) deve estar em contato com a emulsão serigráfica.

- Fonte de luz: No caso de emulsões pré-sensibilizadas, a exposição deve ser feita necessariamente com uma fonte de luz rica em raios ultravioleta: lâmpadas halógenas, de arco voltaico ou vapor de mercúrio.
Para se obter uma perfeita definição e resolução da imagem, os raios de luz devem ser perpendiculares ao fotolito, a lâmpada deve ser puntiforme e a distância mínima deve ser igual à diagonal da matriz. Jamais utilizar lâmpadas tubulares, pois geram uma luz muito difusa, que ocasionará a perda dos detalhes finos (figura abaixo).



- Tempo de exposição: O tempo de exposição é muito importante, pois determina a qualidade da definição, o nível de resolução e a vida útil da matriz. Se houver sub-exposição (tempo insuficiente), o lado interno da camada fotográfica será dissolvido durante a revelação e a emulsão se soltará (levantará uma “pele”). No caso de super-exposição, haverá a perda dos detalhes finos (resolução da imagem).

O tempo de exposição correto é função da lineatura do tecido, diâmetro do fio, cor do tecido, tipo e espessura da camada fotográfica, potência e vida útil da fonte de luz, distância da fonte de luz à matriz, nível de secagem da emulsão e transparência e opacidade do positivo.

Para determinar o tempo ideal de exposição, utilizar uma das seguintes alternativas:


PARA CONTROLE DE EXPOSIÇÃO, DEFINIÇÃO E RESOLUÇÃO.

- Teste prático: fixar o positivo com fita adesiva transparente, no lado externo e expor a matriz por um tempo curto (por exemplo, 30 segundos). Após esse tempo, molhar o dedo com água e passar no lado interno, para sentir se a emulsão se dissolve. Caso ela se dissolva, o tempo de exposição inicial foi insuficiente. Como o positivo não foi retirado de sua posição original, podemos voltar a expor por mais alguns segundos (por exemplo, por mais 10 segundos). Repetir o teste enquanto a camada interna se dissolver, aumentando gradativamente o tempo de exposição. Quando a camada interna ficar “firme”, revelar a matriz com água e observar os detalhes finos. Caso eles foram perdidos, o tempo ideal de exposição foi ultrapassado.
Na próxima matriz expor com um tempo um pouco menor que a soma total do tempo de luz anterior.



- Revelação: Deixar a matriz imersa em água por aproximadamente 10 minutos. A água ligeiramente aquecida auxiliará na dissolução da emulsão não fotografada (não endurecida pela luz ultravioleta).

Em seguida, revelar a matriz dirigindo em ambos os lados, um jato suave de água fria, de preferência com um espalhador. Maior pressão somente pelo lado externo.

Continuar a lavagem até que a imagem apareça totalmente e as áreas não expostas estejam completamente livres de resíduos de emulsão.

Verificar os detalhes finos para avaliar se o tempo de exposição foi correto.

- Acabamento: Secar a matriz com ar quente. Retocar eventuais furos ou falhas e vedar as bordas da matriz com o bloqueador para tintas a base de solventes ou para tintas a base de água ou plastisóis).

- Tratamentos posteriores: Endurecimento da camada: para aumentar a resistência da matriz a produtos e tintas à base de água, podemos utilizar os endurecedores ou os catalisadores de emulsão.

- Reaproveitamento (Recuperação do tecido): Utilizar o removedores de resíduos de tinta e emulsões, para eliminar os resíduos de tintas que formam uma barreira que impede a ação dos removedores de emulsão.
Em seguida, utilizar o Removedor de Emulsões, para a dissolução da camada fotográfica. Para otimizar a remoção da emulsão, molhar bem a matriz com água e aplicar o removedor  no lado interno da matriz (lado do rodo). Deixar atuar por alguns minutos e em seguida aplicar um jato de alta pressão pelo lado interno.
Para retirar a imagem fantasma (fios do tecido tingidos pela tinta de impressão), utilizar o removedor alcalino em conjunto com o removedor de resíduos de tintas e emulsões.

Antes de utilizar os produtos de limpeza, consultar os respectivos informativos técnicos dos respectivos fabricantes, para obter informações detalhadas de como aplicá-los.

Fonte: Agabe

www.agabe.com


sábado, 9 de junho de 2012

CONFECÇÃO DE MATRIZES DE ALTO RELEVO/MATRIX HIGH RELIEF - 1ª PARTE


PROCEDIMENTO PARA A CONFECÇÃO DE MATRIZES DE ALTO RELEVO (ESPESSURADAS) COM TECIDOS ABERTOS.

Para a perfeita impressão de alto relevo com plastisol de alta densidade, esticar o tecido com tensões superiores a 25 N/cm. Para os outros tipos de tintas, consultar o fabricante e determinar a tensão ideal baseando-se no processo de impressão.
Esticar todas as matrizes do desenho a ser impresso no mesmo dia e com a mesma tensão. Utilizar o Adesivo de dois componentes, que proporciona uma colagem forte e permanente de qualquer tipo de tecido em caixilhos de madeira, alumínio ou ferro. Após decorrido o tempo de polimerização, o adesivo é completamente resistente aos solventes usados em serigrafia.

Importante: Após a esticagem e fixação do tecido no caixilho, deixar descansar por 48 horas. Este é o tempo ideal para estabilizar a tensão das matrizes. Se você gravar a matriz antes deste prazo, certamente terá problemas de registros das cores da imagem a ser impresso, pois a imagem gravada ficará distorcida.

Seleção correta da emulsão: Utilizar emulsões de alta definição com alta viscosidade para a impressão de alto relevo com tintas a base de água, plastisóis tradicionais, plastisóis de alta densidade (HD - High Density), silicones, glitters, tintas para impressão de bonés, jeans e granilhas ou tintas especiais para a indústria cerâmica e impressão com tintas e produtos a base de solventes, plastisóis tradicionais e de alta densidade. Devido à sua formulação avançada, garante a reprodução de mais detalhes finos. Revelação e recuperação otimizadas.

Cuidado com infiltrações acidentais de luz branca no ambiente de trabalho (que contenham raios ultravioleta), pois como estas emulsões são muito sensíveis à luz (exposição extremamente curta), pode haver endurecimentos acidentais e a perda total dos detalhes (a imagem não se dissolverá na água durante a revelação).

Preparação do tecido: Limpar o tecido com um desengraxante: molhar o tecido da matriz e aplicar o Desengraxante, esfregando suavemente sobre toda a superfície, em ambos os lados do tecido. Enxaguar com água corrente para a eliminação total do produto. Para tecidos bem abertos, a ancoragem da emulsão pode ser otimizada utilizando a Pasta Abrasiva (aumento da área de contato superficial).

Aplicação da emulsão: Utilizar um Aplicador de Emulsão apropriado que cubra a largura total da tela. Não utilizar um aplicador pequeno em várias passadas paralelas, o que formará uma camada de espessura não uniforme. Sugerimos a utilização da borda fina. Aplicar a emulsão com a matriz na posição vertical, levemente inclinada. Aplicar 2 demãos no lado externo e sem secar, de 6 a 18 demãos pelo lado interno - lado do rodo de impressão. Quanto maior é o número de demãos pelo lado interno, maior será a camada pelo lado externo. Este número de passadas depende da porcentagem de área aberta do tecido.
Sugerimos fazer testes prévios, para determinar a máxima camada de emulsão exeqüível. Se você perceber durante a aplicação que a camada de emulsão líquida apresenta manchas ou irregularidades, você poderá recomeçar o processo: raspar a emulsão antes que ela seque, por fora e por dentro, com um aplicador de emulsão apenas apoiado no tecido (sem encostar as laterais plásticas) e, em seguida, recomeçar, aplicando pelo lado externo e posteriormente pelo interno, o número de demãos desejadas.




Construção de matriz espessurada com as emulsões da linha
UNIFILM 3D do fabricante Agabê






Na aplicação manual, a espessura final da camada pode variar conforme a quantidade de emulsão colocada no aplicador ou de acordo com a pessoa. Sugerimos a utilização de um medidor de camadas, para o controle do resultado final e garantia de sucesso.


Secagem: Deixar a emulsão secar completamente, com a matriz na posição horizontal, com o lado externo voltado para baixo - na posição de impressão.


 

Jamais deixar a tela secar na posição horizontal invertida, pois a gravidade forçará a camada de volta para o lado do rodo, reduzindo sua espessura externa e prejudicando sua planeidade.



Fonte: Agabe
www.agabe.com

sexta-feira, 1 de junho de 2012

TEMPO DE EXPOSIÇÃO / EXPOSURE TIME

Tempo de exposição

 O tempo de exposição é muito importante, pois determina a qualidade da definição, o nível de resolução e a vida útil da matriz. Se houver sub-exposição (tempo insuficiente), o lado interno da camada fotográfica será dissolvido durante a revelação e a emulsão se soltará. No caso de super-exposição, haverá a perda dos detalhes finos (resolução da imagem) e a emulsão não se soltará por completo das áreas de grafismos.

O tempo de exposição correto é função da lineatura do tecido, diâmetro do fio, cor do tecido, tipo e espessura da camada fotográfica, potência e vida útil da fonte de luz, distância da fonte de luz à matriz, nível de secagem da emulsão e transparência e opacidade do positivo.

Para determinar o tempo ideal de exposição, utilizar um filme calculador de tempo de gravação, que poderá ser criado por você no computador, usando um programa de desenho vetorial (CorelDraw, Ilustrator, etc). Desenhe uma imagem com linhas positivas e negativas com espessuras variadas, coloque textos com tamanho de fontes diversos (6, 8 e 10 pontos). Use sua criatividade na hora de criar este filme, o importante é ter graus de dificuldades diversos para impressão. Este filme poderá ser impresso em fotolito ou lesarfilm, usando uma impressora a laser doméstica que tenha uma boa cobertura de toner, veja o filme de exemplo abaixo:




CALCULADOR DE TEMPO GRAVAÇÃO: PARA CONTROLE DE EXPOSIÇÃO, DEFINIÇÃO E RESOLUÇÃO.

- Teste prático: fixar bem o filme de teste sobre a camada de emulsão seca  com  fita adesiva transparente, no lado externo. Cobrir o filme de teste com um pedaço de  papel preto ou filme de recorte rubi, deixando 4 imagens cobertas, deixando somente a imagem de fator 5.0 livre e expor a matriz por um tempo curto (por exemplo, 30 segundos). Após esse tempo, movimente o filme no sentido decrescente dos fatores, ou seja, 5.0, 4.0, 3.0,  2.0, 1.0, repetindo o mesmo procedimento de movimento para todos os fatores.  Revelar a matriz com água e observar os detalhes finos, textos, etc. Caso eles foram perdidos, o tempo ideal de exposição foi ultrapassado.




No exemplo acima usamos o TTG de 30 segundos, por tanto os fatores ficaram com os seguintes tempo de exposição: 1.0= 30s, 2.0= 60s, 3.0= 90s, 4.0= 120s e 5.0= 150s.

Não esqueça de colocar a camada do filme de teste em contato com a camada de emulsão.
O tempo de teste de gravação-TTG deve ser proporcional a potencia da lâmpada usada para gravação da matriz, veja tabela aproximada de TTG para alguns tipos de lâmpadas, sob as seguintes condições: tecido branco nº 77 fios/cm, emulsão para tinta a base de água sensibilizada com bicromato, com aplicação de camadas 1x2 úmido sobre úmido, secagem a frio (ventilação normal/ 25ºC).

TIPO DE LÂMPADA
TEMPO  TESTE GRAVAÇÃO
TTG
FLUORESCENTE 40 W
30 SEGUNDOS
FOTOFLOOD  500 W
30 SEGUNDOS
HALÓGENA 500 W
25 SEGUNDOS
VAPOR MERCÚRIO  UV 2000W
20 SEGUNDOS


Para descobrir o tempo de gravação ideal, avalie as imagens gravadas e reveladas na matriz, o conjunto de imagens (linhas, textos, etc) que tiver melhor resolução deverá ser usado para gravação sob as condições enumeradas acima.


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